Politica
O impacto do alcoolismo entre mulheres

Por Senadora Leila do Vôlei
Em 2006, o alcoolismo afetava 7,8% das brasileiras; hoje, esse índice ultrapassa 15%. O problema afeta mulheres de todas as classes sociais e etnias, e os efeitos nelas são ainda mais severos do que nos homens: danos mais graves no organismo, evolução mais rápida do transtorno e impactos diretos na gestação e amamentação. O alcoolismo durante a gravidez pode resultar em aborto espontâneo, parto prematuro, natimorto ou graves consequências físicas e cognitivas para o bebê.
Não existe nível seguro de consumo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que mesmo doses leves aumentam o risco de câncer e o consumo abusivo é fator de risco para mais de 200 doenças. Conforme dados do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde, em 2023, 16.908 mulheres foram atendidas pelo SUS em razão de transtornos mentais relacionados ao uso de álcool. Além disso, o abuso dessa substância provoca acidentes de trânsito, violência e pelo menos 105 mil mortes por ano no Brasil — atingindo de forma mais cruel as populações vulneráveis. E ainda mais triste: muitas mulheres são violentadas quando estão alcoolizadas.
Apesar de haver tratamento, muitas não procuram ajuda por causa do estigma, da vergonha, do medo de perder a guarda dos filhos ou da culpa socialmente imposta. Por isso, é urgente ampliar campanhas educativas com recorte de gênero, que combatam preconceitos e incentivem as mulheres a buscar atendimento.
Na Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovamos recentemente o PL 2880/23, que cria um programa de assistência multiprofissional e interdisciplinar às usuárias e dependentes de álcool. O projeto já passou pela Câmara e está pronto para ser votado em plenário. Sua aprovação é prioridade para nós da Bancada Feminina.
Outro ponto essencial é enfrentar a massiva publicidade de bebidas alcoólicas, especialmente em redes sociais, que atinge diretamente crianças e adolescentes. Jovens expostos a propagandas são mais propensos a iniciar e a aumentar o consumo. Por isso, estamos empenhados também na aprovação do PL 2502/23, que amplia as restrições à propaganda de bebidas alcoólicas e outras substâncias.
O alcoolismo é uma questão de saúde pública e de justiça social. Brasília é segunda capital onde mais se consome álcool. Aqui, uma em cada quatro pessoas apresentou consumo abusivo de bebidas alcoólicas. segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de 2023. O desenvolvimento econômico não pode, em hipótese alguma, se sobrepor ao direito à saúde e ao bem-estar da nossa população. Como senadora e integrante da Bancada Feminina, reafirmo meu compromisso em lutar por programas de prevenção, tratamento digno e pela proteção das mulheres.
Fonte: Ascom Senadora Leila

Politica
CDH realizará audiência pública sobre a Síndrome do X Frágil

Debate no Senado vai discutir desafios do diagnóstico e tratamento da Síndrome do X Frágil, condição genética ligada à deficiência intelectual e ao autismo, que pode afetar entre 24 mil e 52 mil pessoas no Brasil.
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado promove, no dia 22 de setembro (segunda-feira), às 10h, no Plenário 2 da Ala Senador Nilo Coelho, audiência pública para debater a Síndrome do X Frágil (SXF), considerada a causa hereditária mais comum de deficiência intelectual e transtorno do espectro autista. A iniciativa atende ao Requerimento 85/2025, de autoria do senador Flávio Arns (PSB/PR).
“A realização da audiência pública contribuirá para aprofundar o debate e propor políticas públicas que garantam diagnóstico precoce, tratamento adequado e inclusão social para pessoas com Síndrome do X Frágil e seus familiares”, justificou Arns.
A audiência reunirá especialistas da área médica, representantes de associações de pacientes e gestores públicos, e terá como objetivo avaliar a situação atual no Brasil, incluindo o acesso a exames genéticos, terapias multidisciplinares e apoio educacional.
Dados sobre a Síndrome do X Frágil
Estudos internacionais estimam que a prevalência seja de aproximadamente 1 em cada 4.000 a 5.000 homens e 1 em cada 6.000 a 8.000 mulheres. A SXF é a causa hereditária mais comum de deficiência intelectual e autismo, e a identificação precoce é fundamental para ampliar o acesso a tratamento e inclusão.
No Brasil, ainda não há um levantamento oficial, mas estimativas do Instituto Buko Kaesemodel apontam para cerca de 24 mil a 52 mil pessoas com a Síndrome do X Frágil, a maioria homens.
A reunião será interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados por meio do portal e-Cidadania (senado.leg.br/ecidadania) ou pelo telefone da Ouvidoria: 0800 061 2211.
Assessoria de Comunicação – Comissão de Direitos Humanos
📞 Tel: (61) 9.9241-7132
📧 arthur.reis@senado.leg.br
| imprensa.damaresalves@senado.leg.br