Saúde
O que você precisa saber sobre HPV – o vírus traiçoeiro e sexualmente transmissível mais frequente do mundo

Você pode não apresentar sintomas, mas depois que se infectou o vírus ficará no seu corpo – e pode causar grandes estragos. Saiba como se prevenir do HPV, que pode ser transmitido mesmo quando a relação sexual não se completa, ou seja, sem penetração. A estimativa é que apareçam 700 mil novos casos por ano, só no Brasil.
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus traiçoeiro. Você pode se infectar e não apresentar sintomas, às vezes esses levam até duas décadas para aparecer e geralmente só surgem quando a imunidade, por qualquer razão, fica mais baixa. No entanto, mesmo sem sintomas, depois que você se infectou o vírus está lá no seu corpo e pode causar grandes estragos – é preciso usar preservativos e, mais importante, se necessário, precaver-se com o uso da vacina.
Normalmente o HPV está associado à quase totalidade dos cânceres de colo de útero e outros cânceres, tanto em mulheres quanto em homens. Em muitos casos, provoca o aparecimento de verrugas na região genital e ânus, e ainda que essas sejam eliminadas não significa que o portador do vírus tenha se livrado dele ou esteja “curado”.
O HPV é o vírus sexualmente transmissível mais frequente que existe no mundo e se transmite mesmo quando a relação sexual não se completa, ou seja, acontece sem penetração.
Para se ter uma ideia da seriedade do problema, a estimativa é de que apareçam 700 mil novos casos de infecção por ano, só no Brasil, sendo que a estimativa inclui ainda o espantoso número de 9 a 10 milhões de infectados em nosso país. Estudos mostram que 80% da população sexualmente ativa deverão ser infectadas pelo vírus em algum momento da vida.
A grande e preocupante questão que se coloca é a de que a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas. Em alguns casos, o HPV fica no corpo, latente por meses a anos, sem manifestação a olho nu ou também sem apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu). Ocorrendo uma queda na imunidade, o vírus pode se multiplicar e aí, sim, as lesões se manifestarem.
As primeiras manifestações da infecção pelo HPV podem surgir entre dois a oito meses após a infecção, mas também podem demorar até 20 anos para que algum sinal apareça. E, quando a demora é grande, e acontece num casal estável, é muito comum que haja entre os cônjuges suspeita de traição pois, afinal, como um deles está infectado e o outro não? A infecção pode ter acontecido muito antes da união do casal…
Dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica, o diagnóstico é feito por meio de exames clínicos ou laboratoriais.
A lesão clínica é aquela que se apresenta na forma de verrugas nas regiões genital e do ânus e são popularmente chamadas de “cristas de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”, e tecnicamente se denominam condilomas acuminados. Em geral, essas verrugas não apresentam grandes sintomas, podendo causar apenas alguma coceira local e são geralmente provocadas por tipos de HPVs não causadores de cânceres.
A lesão subclínica é a não visível a olho nu: não apresenta sinais ou sintomas mas é encontrada nas mesmas partes corporais das outras. A diferença é que as subclínicas são causadas pelos tipos de vírus que apresentam risco para o desenvolvimento dos cânceres, risco esse que pode ser alto ou baixo. Podem acometer vagina, colo de útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana.
É menos frequente, mas as lesões podem aparecer ainda em áreas extragenitais como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Bebês podem ser infectados no momento do parto e, nesse caso, correm o risco de desenvolver lesões em forma de verrugas nas cordas vocais e laringe. É a chamada Papilomatose Respiratória Recorrente.
PREVENÇÃO
Mas existe sim uma maneira de evitar que esse vírus traiçoeiro e às vezes silencioso se instale no seu corpo. E a única maneira está na prevenção.
Pode-se prevenir o contágio fazendo sexo seguro, ou seja, usando as camisinhas masculinas ou femininas. O preservativo feminino é mais eficaz, pois adere totalmente à vulva, como se formasse uma espécie de “segunda pele” impedindo a passagem do vírus. Já o preservativo masculino tem, no mínimo, 5% de chance de permitir o contágio, já que protege apenas o pênis propriamente dito e não o saco escrotal, onde o vírus pode se alojar.
Se para o homem, até hoje, existe resistência ao uso do preservativo, a mulher pode simplesmente já estar com o preservativo feminino antes mesmo de sair para um encontro – e assim estará protegida. Outra recomendação importante é o uso do preservativo feminino nas relações anais porque este pode proteger completamente a região.
No entanto, a forma mais eficaz de proteção está na vacina, distribuída gratuitamente pelo SUS e indicada para:
1. Vítimas de abuso sexual de 9 a 14 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto.
2. Vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos ( homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto.
3. Meninas e meninos de 9 a 14 anos, com esquema de duas doses. Adolescentes que receberem a primeira dose dessa vacina nessa faixa etária poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassado os seis meses do intervalo preconizado, para não perder a chance de completar o seu esquema.
4. Mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos, com esquema de três doses, independentemente da idade.
5. Alguns médicos, inclusive eu, recomendem que o homem ou a mulher, de qualquer idade, que fazem tratamento para HPV tomem também a vacina para HPV. Neste momento minha recomendação é a vacina nonavalente.
A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV e, até 2023, era dirigida aos tipos mais frequentes. No entanto já existe a vacina Nonavalente (que, como o nome está dizendo, protege contra 9 tipos).
O Papanicolau é um exame ginecológico preventivo mais comum para se identificar as lesões precursoras do câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto é considerado o melhor método para se detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras.
Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente.
TRATAMENTO
O tratamento das verrugas anogenitais (região genital e no ânus) consiste na destruição das lesões. Independente de realizar o tratamento as lesões podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume.
O tratamento deve ser individualizado, considerando características (extensão, quantidade e localização) das lesões, disponibilidade de recursos e efeitos adversos.
Existem tratamentos químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade. Podem ser domiciliares ou ambulatoriais, conforme indicação profissional para cada caso.
O tratamento das verrugas anogenitais não eliminam o vírus, por isso as lesões podem reaparecer. As pessoas infectadas e suas parceiras devem retornar ao médico, caso identifiquem novas lesões.

Saúde
Uso de cotonete pode causar problemas auditivos, alerta especialista

Crédito: Imagem de freepik
Médica explica como higienizar os ouvidos de forma segura e evitar complicações
O cotonete ainda é muito usado por quem acredita que ele ajuda na higiene dos ouvidos, mas o hábito pode trazer mais riscos do que benefícios. De acordo com a Dra. Priscilla Rego Barros da Silveira, médica otorrinolaringologista do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, a forma correta de higienizar os ouvidos não envolve o uso desse tipo de haste.
“A limpeza deve ser feita durante o banho, de maneira simples e segura. Basta colocar sabonete no dedo indicador e passar nas orelhas. Depois, ao enxaguar a cabeça, passar novamente o dedo. Fora do banho, é suficiente enxugar a região com a toalha”, explica a especialista.
O cerúmen, conhecido como cera do ouvido, é um mecanismo natural de proteção. Ele impede a entrada de poeira, sujeira e até micro-organismos. “O cotonete pode irritar a mucosa e, em vez de retirar, empurrar a cera para dentro, causando a sensação de ouvido tampado e até uma diminuição temporária da audição”, alerta a médica. Além disso, o uso inadequado pode provocar lesões sérias, como ferimentos na parede do canal auditivo ou até perfuração do tímpano.
Segundo a Dra. Priscilla, não há necessidade de limpar o ouvido internamente no dia a dia. “A limpeza diária no banho é suficiente. Esse cuidado simples já garante saúde e proteção ao ouvido”, reforça.
Em alguns casos, no entanto, pode haver acúmulo de cerúmen que precisa de atenção médica. “Quando o paciente sente uma sensação de plenitude, como se o ouvido estivesse tampado, ou percebe diminuição da percepção auditiva, é importante procurar um otorrinolaringologista. Só o especialista poderá avaliar e indicar o procedimento adequado, que pode ser lavagem, aspiração ou curetagem”, afirma a Dra. Priscilla.
O uso frequente de fones de ouvido também pode favorecer o problema. “Os fones funcionam como cotonetes, empurrando a cera e irritando a mucosa auricular”, explica a médica.
A orientação final da especialista é clara: nada de improvisos ou objetos dentro do ouvido. “A limpeza diária é simples e eficiente. Se houver acúmulo de cera, sempre busque um profissional habilitado para avaliar e tratar da forma correta”, finaliza a Dra. Priscilla Rego Barros da Silveira, médica otorrinolaringologista do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco.
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