Social
Morro da Capelinha recebe 150 mil fiéis para encenação da Via Sacra
Rafael Gonçalves interpreta Jesus pelo segundo ano consecutivo – (crédito: Ed Alves /CB/DA Press)
Com público de 150 mil fiéis, tradicional encenação da Via Sacra reuniu equipe de 1.400 pessoas para reviver e se emocionar com os últimos momentos de Jesus
Apesar da chuva que caiu sobre o Distrito Federal ao longo do dia, o Morro da Capelinha, em Planaltina, reuniu 150 mil fiéis na tradicional encenação da Via Sacra, nesta sexta-feira (18/4). A governadora em exercício, Celina Leão (PP), esteve presente e destacou a grandiosidade da celebração, reconhecendo sua importância para a cultura, a fé e a tradição do Distrito Federal. Coincidentemente, o grande ato de fé se deu na mesma época que o aniversário de 65 anos da capital.
“Essa festa é planejada com muito cuidado ao longo do ano. Aqui, temos a maior encenação da Paixão de Cristo da nossa capital — e, com certeza, uma das maiores do Brasil. Mas mais do que o tamanho, o que marca mesmo é o significado. Sempre digo que é um momento de fé, de reflexão profunda”, disse Celina ao Correio. Ela também destacou que o evento conta com o apoio do Governo do Distrito Federal, que garante toda a estrutura necessária com polícia, bombeiros, e diversos serviços públicos à disposição, para que os fieis possam participar com segurança e tranquilidade. “É realmente um espetáculo lindo de se ver e viver. Este ano, inclusive, temos uma das maiores operações de segurança da história da Via Sacra, com a presença recorde da Polícia Militar”, afirmou.
Os secretários de Cultura, Claudio Abrantes, e de Turismo, Cristiano Araújo também estiveram presentes. Um dos eventos mais tradicionais do Distrito Federal, a encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha é realizada desde 1973. O Grupo Via Sacra ao Vivo conta com uma equipe de 1.400 pessoas, das quais 1.100 interpretaram personagens bíblicos.
Durante cerca de quatro horas, foram encenados os últimos momentos da vida de Jesus Cristo: o julgamento, a prisão, a crucificação, a morte e a ressurreição. A apresentação foi dividida em 14 estações, distribuídas ao longo de 800 metros no Morro da Capelinha, onde os atores deram vida à história com fé, emoção e dedicação.
Agradecer e louvar
Entre orações, lágrimas nos olhos e histórias de promessas silenciosas, muito fieis peregrinaram vários quilômetros sob chuva até chegar ao local do espetáculo. Entre eles, estava Maria Costa, de 38 anos, que chegou ainda cedo e começou a subir o morro de joelhos. A moradora de Planaltina contou, com os olhos marejados, que a graça da promessa foi alcançada, mas preferiu guardar os detalhes para si. “Subir o morro de joelho, fisicamente falando, é difícil, mas para alcançar o que eu alcancei, vale a pena e é gratificante”, conta.
“Essa foi a primeira vez, dos cinco anos que eu vou pagar essa promessa, e estou muito feliz de ter saúde para cumprir o que prometi”, completa Maria. Ao lado do filho, Lucas, 10, ela explica a importância da presença do menino durante o trajeto. “Ele é meu companheiro para todas as horas, a ajuda dele hoje foi fundamental. Eu o apoio, e ele me apoia”, explica. Lucas completou, com um sorriso no rosto: “Foi difícil, mas foi legal”.
Espetáculo
Rafael Gonçalves interpreta Jesus pelo segundo ano. “Agora, passa um filme na nossa cabeça, com todos os trabalhos que fizemos, de preparação, de ensaio. Então, acho que é o momento de aproveitar tudo que preparamos. Acredito que iremos fazer um excelente espetáculo. Estou emocionado. Creio muito em Deus e acredito que Ele preparou tudo neste momento e que iremos fazer um bom trabalho”, contou ao Correio.
No início da encenação, a maior parte do público já estava acomodada nos gramados do morro, pronta para acompanhar a celebração por um grande telão. Moradora do Sol Nascente, Marta da Conceição, 35, compareceu ao evento com o marido, Vanderci, a sobrinha, Gabriela, e a filha, Ana Manuele. Pela segunda vez na Via Sacra, a família se preparou e levou lanches, água, refrigerante e toalhas para se acomodar. A escolha dos sapatos, claro, não poderia ser outra: tênis confortáveis, acompanhados de roupas leves.
O momento mais aguardado por Marta da Conceição foi a ressurreição. “Sempre tem uma surpresa, é a parte mais bonita”, diz a espectadora. “A sensação de estar aqui é maravilhosa, muito emocionante”, completa a filha, Ana. Ao lado da família, outros grupos se aglomeraram. Todos preparados com sacolas de lanche, bancos e capas de chuva.
Zilma de Oliveira, 66, estava sozinha. Aposentada, a moradora de Planaltina conta nunca perdeu a celebração. “Na adolescência, eu subia com meus irmãos”, lembra. Nas mãos, um banquinho, algumas frutas, água e suco. Preparada, não esqueceu do guarda-chuva. O momento mais esperado para ela é a crucificação. “Sou católica e não perco a celebração. Acompanhada ou não, sempre compareço. É um momento de muita fé e celebração”, comentou.
Policiamento recorde
Em sua 52ª edição, a Via Sacra de Planaltina esperava reunir cerca de 100 mil pessoas para acompanhar a tradicional encenação da Paixão de Cristo. Para garantir a segurança dos fiéis, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) reforçou o esquema de policiamento e apoio logístico.
Social
Na Trilha do Teatro leva riso, música e escuta para seis escolas do DF
De outubro a novembro, projeto de arte-educação transforma a rotina escolar em experiência sensorial com mediação, espetáculo teatral e laboratório de musicalização.
Do campo ao ensino especial, seis escolas do DF recebem o projeto Na Trilha do Teatro para fazer do horário de aula um encontro com o riso, a curiosidade e o som do próprio corpo. Voltado a crianças de 6 a 10 anos, o programa articula três ações gratuitas e complementares: uma mediação teatral que prepara o olhar do público, a apresentação do espetáculo “Seu Cocó e as Caixas-surpresa” e um laboratório de musicalização infantil. A iniciativa é realizada com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.
O projeto aposta na formação de espectadores e na presença qualificada de artistas dentro da escola. A proposta é criar pontes entre obra e plateia, ativando repertórios sensoriais e afetivos. Na prática, a visita movimenta toda a comunidade escolar: professores, equipes pedagógicas, estudantes e famílias, que veem pátios e salas se transformarem em palco; e a rotina, em experiência.
“É muito importante poder retomar com esse projeto de arte-educação, as escolas são espaços fundamentais para a formação de espectadores e cidadãos, afinal educação e cultura são pilares para uma sociedade justa”, conta o ator Pedro Caroca.
A trilha começa com a mediação teatral: uma conversa leve e provocadora, antes do espetáculo, que apresenta referências, convida à escuta e à participação das crianças. Nessa etapa, é distribuída uma cartilha pedagógica e lúdica com o material de apoio, para que a experiência siga ecoando em sala de aula depois da apresentação.
Em seguida é a vez do espetáculo “Seu Cocó e as Caixas-supresa”. E entra em cena Seu Cocó, um palhaço que “toca sem saber que toca” e convida o público a passear por um acervo de incertezas e descobertas: canções inventadas, poesias invisíveis, trava-línguas dançados, adivinhas misteriosas e cantigas de roda. O humor e a brincadeira abrem espaço para que cada criança reconheça seu próprio jeito de perceber ritmos, silêncios e histórias.
“O espetáculo é sobre a beleza de transformar o comum no extraordinário. Cada caixa é uma porta que se abre para a poesia e a imaginação compartilhada com o público. Meu maior desejo é que cada jogo e cada descoberta tragam a leveza e o encantamento que só a palhaçaria consegue provocar”, afirma a diretora Ana Vaz.
Para fechar, o laboratório de musicalização infantil, conduzido por Pedro Caroca, transforma o corpo em instrumento e a turma em orquestra. Por meio de jogos e dinâmicas, as crianças experimentam tempo, pulso, timbre e harmonia de modo prático e lúdico, uma iniciação ao universo sonoro que fortalece a escuta coletiva e a autonomia criativa.
Após as visitas escolares, será lançada uma exposição virtual com o olhar e a voz dos estudantes participantes. Ilustrações e depoimentos vão compor o acervo, ao lado de registros fotográficos e audiovisuais da equipe. A mostra, com curadoria do museólogo Marino Alves, ficará disponível permanentemente no site www.natrilhadoteatro.com.br.
“A exposição apresentará o processo de concepção e realização do projeto, destacando como as ações propostas impactaram os públicos, quais memórias foram evocadas e quais sentimentos vieram à tona. O teatro toca e emociona, e a museologia pode compartilhar e discutir as relações criadas entre artista e públicos ”, explica o curador Marino Alves.
Esta é a segunda edição de Na Trilha do Teatro. Em 2023, a iniciativa passou por 11 escolas públicas em diferentes regiões administrativas do DF. Agora, amplia o compromisso com a acessibilidade, oferecendo interpretação em LIBRAS, audiodescrição e material pedagógico acessível.
Programação
28 de outubro – Escola Classe Kanegae no Riacho Fundo
29 de outubro – Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV) Asa Sul
30 de outubro – Escola Classe Itapeti no Paranoá
05 de novembro – Escola Classe Guariroba em Samambaia
06 de novembro – Escola Classe Córrego das Corujas em Ceilândia
07 de novembro – Escola Bilíngue de Taguatinga
Baú Comunicação Integrada
Camila Maxi – (61) 98334-4279
Michel Toronaga – (61) 98185-8595
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