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Esporte

O que explica o sucesso dos primeiros colocados nos Jogos Olímpicos de Paris

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O Brasil conquistou um ouro, três pratas e três bronzes e ocupa o 19º lugar no quadro geral de medalhas dos Jogos Olímpicos de 2024 e, mesmo com conquistas históricas, segue distante de potências tradicionais dos esportes. Especialistas citam investimento contínuo, capacidade de gestão e apoio a atletas como alguns dos fatores que explicam o desempenho dos primeiros colocados.

Investimento amplo

“Os que ganham muitas medalhas são países que têm investimento não só nos esportes olímpicos, mas em todos. Eles oferecem uma boa quantidade de atletas de alto nível que é fruto de um grande processo seletivo que começa com uma base muito forte”, analisa Katia Rubio, professora da faculdade de educação da USP (Universidade de São Paulo), especializada em estudos olímpicos.

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É difícil competir com o tradicional e vasto sistema de esportes oferecido nos Estados Unidos, por exemplo. Em um país onde a cultura de patrocínios privados é muito difundida, também é complexo rastrear o quanto de dinheiro é investido no setor. Só em 2023, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos declarou ter recebido cerca de US$ 345 milhões de dólares (cerca de R$ 1,5 milhão, na cotação atual).

O Japão, principal algoz do Brasil na França, tem se saído bem para além das vitórias contra brasileiros. Segundo pesquisadores, o fenômeno é como um efeito residual dos investimentos feitos pela nação quando sediou os Jogos (Tóquio, em 2021).

O país asiático traçou um plano estratégico para destacar seus atletas na edição que sediou, em 2021, e injetou mais de 6 bilhões de dólares só em recursos públicos em meio à preparação para os Jogos. Como resultado, ganhou 27 ouros e terminou a competição em terceiro no quadro de medalhas, atrás de Estados Unidos e China.

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Tendências históricas

Leandro Mazzei, professor de ciências do esporte da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), se debruça sobre o tema há alguns anos. Ele diz que há duas tendências correntes que explicam a conquista – ou não – de medalhas quando se trata de esporte internacional de alto rendimento: mais países concorrem desde a década de 1990 e há concorrentes com mais poder de conquistar medalhas.

Ainda assim, mesmo com maior número de competidores, alguns países têm muito sucesso. O que o conhecimento adquirido por meio de estudos estatísticos e pesquisa qualitativa aponta é que metade das medalhas vão para países de renda alta, população grande e sistema esportivo mais centralizado.

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“Os outros 50% de medalhas são explicados por gestão, investimento em longo prazo, recursos financeiros, cultura esportiva, desenvolvimento de talentos, suporte para atleta e treinadores, instalações, competições existentes no país e suporte científico”, disse Mazzei.

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Os itens citados pelo pesquisador fazem parte de um modelo conceitual conhecido como “Spliss”, abreviação para a teoria chamada de Sports Policy factors Leading to International Sporting Success, e que seriam os pilares que sustentam o sucesso no esporte de alto rendimento.

Os sucessos do Brasil

Em Paris, o primeiro ouro do Brasil veio com o judô. O esporte é um caso de sucesso brasileiro desde 1972, em Munique, quando rendeu a primeira medalha olímpica da modalidade.

A dificuldade de financiar esportes faz parte da história nacional. O futebol, naturalmente, é um caso à parte, enraizado na cultura e, algumas vezes, usado até politicamente.

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A situação para os atletas de alto rendimento começou a mudar em 2001, com a chamada lei das loterias, o programa do governo federal Bolsa atleta, de 2004, além de programas específicos das Forças Armadas.

+Bolsa Atleta: qual o valor máximo, quantos recebem e como o programa funciona?

A lei das loterias instituiu que cerca de 1,7% das apostas sejam direcionadas ao COB (Comitê Olímpico do Brasil). A fonte segura de dinheiro abastece diversas confederações, como a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) que, em 2023, recebeu R$ 10,6 milhões de reais desse repasse.

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A política ajudou a pavimentar o caminho da ginástica brasileira rumo à elite mundial. Em 2012, Arthur Zanetti, nas argolas, conquistou o primeiro ouro. Em 2024, as meninas levaram a primeira medalha por equipe na modalidade, vinte anos depois da estreia de um time feminino completo em Jogos Olímpicos.

Letícia de Queiroz Lima investigou durante o doutorado na Unicamp quais são os fundamentos desse crescente sucesso da ginástica brasileira. A pesquisa apontou respostas como instalações esportivas, desenvolvimento e suporte para treinadores, suporte financeiro, políticas públicas específicas para ginástica feminina, participação do esporte de base, competições, características dos treinadores e das ginastas e treinamento da arbitragem.

“A ginástica é um esporte em que as crianças começam muito cedo e a família, os responsáveis, são muito importantes para isso”, afirmou Lima. “Mas um dos pontos fracos no país é a falta de apoio à participação no esporte de base”.

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Apesar de pelo menos uma fonte de recursos ter sido assegurada para esportes olímpicos, a distribuição do dinheiro num país de dimensões continentais ainda é desigual, avaliam especialistas ouvidos pela DW. Outros problemas seriam a falta de apoio na base e a dificuldade de acesso.

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A ginasta Rebeca Andrade, brasileira com mais medalhas olímpicas, por exemplo, foi revelada por um projeto social com apoio da prefeitura da cidade de Guarulhos, em São Paulo. Dentre as mais de cinco mil cidades brasileiras, são poucas as que oferecem práticas contínuas de esporte a crianças e jovens.

Acesso difícil

Fernando Scavasin fez parte do time brasileiro da esgrima por vinte anos e diz ter conhecido este esporte por acaso. Aos 12 anos, ele foi atrás de aulas gratuitas de futebol e basquete no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, mas se interessou por outra coisa depois de ler uma placa no local: “Venha fazer esgrima”.

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“Nem sabia o que era, mas fui ver. Acabei me tornando um atleta por ter tido acesso a um esporte que nunca tinha ouvido falar”, conta Scavasin, que atualmente oferece aulas de esgrima nas escolas.

Ele relata dificuldades em chegar a um alto rendimento e afirma que o programa Bolsa Atleta, que recebeu de 2004 a 2020, foi como um “grito de independência” na sua trajetória: com o apoio financeiro era possível escolher melhor os materiais para treinar e participar de competições.

A medalha olímpica na modalidade ainda não foi alcançada pelo Brasil. “Vejo uma desorganização estrutural grande, há também a questão cultural. Ainda é muito dificil”, justifica Scavasin.

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Atleta, figura exposta

Para Katia Rubio, os fatores que levam à medalha são fruto de um longo processo, e não podem ser explicados de forma tão objetiva. Com uma extensa pesquisa sobre Jogos Olímpicos, ela vê a dificuldade que os atletas brasileiros têm para manter o alto nível e atender às expectativas do público.

A cada promessa de medalha não cumprida, a sensação de derrota é estampada pelas inúmeras câmeras que transmitem as competições e os torcedores em casa aumentam o coro da frustração.

“O que eu lamento demais é que quem responde por tudo isso no final é só o atleta. Porque é ele quem está ali, diante das câmeras, diante do público. E ele serve de anteparo para tudo aquilo que não foi feito pelos dirigentes, patrocinadores, gestores. E todo esse meio envolvido fica protegido. A única figura exposta é o atleta”, concluiu Rubio.

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Fonte: IstoÉ
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Esporte

Programa dará bolsa de R$ 6 mil mensais a atletas negros. Inscrições vão até o próximo dia 21 de setembro

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Afroesporte e Betano lançam bolsa de R$ 6 mil mensais para atletas negros 

As inscrições vão até 21 de setembro, com foco em atletas de alto rendimento. Nomes de peso compõem a banca do júri, como Negrete, Márcia Fu, Rafaela Silva e Fofão, entre outros. 

Do treino ao negócio: Afroesporte anuncia a 4ª edição do Afroesporte Fund, o primeiro fundo de apoio ao empreendedorismo no setor esportivo com foco no desenvolvimento econômico de atletas negros. Nesta edição, o programa combina apoio financeiro mensal, formação prática e rede de suporte com psicólogo e mentoria financeira por 12 meses, priorizando a permanência no alto rendimento e a transformação de performance esportiva em projeto de vida. A edição tem patrocínio da Betano e as inscrições devem ser feitas online, no site da Afroesporte.

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Num momento em que tantas marcas descontinuam times de diversidade, ter a Betano como parceira no combate ao racismo é ousado e inovador. Muitos atletas desistem por falta de condições, e sermos pioneiros em um programa que garante permanência com bolsa é uma conquista histórica. Nossa missão é ampliar esse impacto e inspirar outras iniciativas e mostrar que é possível promover ações de reparação no esporte.” Mia Lopes, CEO da Afroesporte

O Afroesporte Fund nasceu do que se vê nas bordas do esporte brasileiro: talento não falta; faltam condições. A bolsa mensal, a formação e o cuidado integral não são um prêmio, são infraestrutura de permanência. É o degrau que falta quando o assunto é transformar treino em trabalho digno, performance em autonomia econômica, visibilidade em futuro.

Invertendo a lógica do mercado, o Fund já impactou mais de 30 atletas e empreendedores negros desde sua criação. A 4ª edição, chamada “Estrelas”, estende a jornada para 1 ano e oferece masterclasses ao vivo a cada 15 dias (sábados, 13h–18h), organizadas em cinco módulos: Letramento Racial, Branding, Produção de Conteúdo, Finanças e Empreendedorismo.

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O nome “Estrelas” reflete o papel das estrelas do esporte: brilhar em suas modalidades. Mas, na realidade, muitos atletas não conseguem apenas se dedicar ao alto rendimento. A pesquisa ‘Esportes para Todos?’, da Serasa com a Opinion Box, mostrou que 39% dos atletas precisaram trabalhar fora do esporte para se manter, e outros 32% apontaram a falta de incentivos financeiros como obstáculo. O programa nasce justamente para enfrentar esse cenário e garantir que mais atletas negros possam permanecer no esporte.

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Quem pode participar

Podem se inscrever atletas negros de alto rendimento com 18 anos ou mais, de todo o país, com disponibilidade para estar em São Paulo (capital) ao menos cinco vezes ao longo do projeto, especialmente atletas que desejam empreender no setor esportivo e ampliar presença digital.

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O que o programa oferece

Os 10 selecionados recebem, ao longo de 12 meses:

  • Bolsa mensal de R$ 6.000 (pagamento ao final de cada mês de atividade);
  • Mentoria financeira e media training;
  • Acompanhamento psicológico;
  • Kit de boas-vindas e certificado;
  • Masterclasses online e ao vivo quinzenais (sábados, 13h–18h) nos módulos descritos acima.

Parceria orientada por propósito e responsabilidade

Permanecer no esporte é tão estratégico quanto chegar no auge da carreira e isso requer investimento sustentável. Não é sobre celebrar um patrocínio, é sobre viabilizar continuidade. O aporte garante previsibilidade, a trilha de conhecimento cria autonomia e a rede abre portas. Juntas, essas frentes mudam a realidade de quem precisa. É assim que esta parceria atua: financia a permanência, forma para o mercado e conecta com oportunidades, para que talento preto no esporte deixe de operar na urgência e passe a construir carreira com planejamento, reputação e renda.

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“Sabemos quanto potencial pode ser desperdiçado por falta de apoio e acesso. Se queremos ser os grandes patrocinadores do esporte brasileiro, é preciso também que iniciemos ações que combatam desigualdades históricas. O patrocínio do Fund 4 é o início de um longo caminho, que queremos percorrer ao lado de instituições sérias e comprometidas como a Afroesporte”, Fernanda Brunsizian, Diretora de Comunicação e Responsabilidade Social da Betano

Serviço — Afroesporte Fund (4ª edição)

– Diego Moraes – Ex-atleta, escritor e repórter da Globo.

– Fábio Ritter – Gerente de Ativações de Patrocínios na Betano

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– Hélia Rogério (Fofão) – Ex-jogadora de vôlei, fundadora Projeto Social Fofão 7

– Mafoane Odara – Estrategista de Cultura e Diálogo, Psicóloga e Atleta de Basquete Master

– Mariana Virgílio – Coordenadora de Comunicação e operações da Afroesporte

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– Márcia Fu – Apresentadora da Record TV e ex-jogadora de vôlei

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– Negrete – Influenciador

– Neide Santos – Maratonista e fundadora do Projeto Vida Corrida

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– Rafaela Silva – Campeã olímpica Rio 2016, bronze olímpico Paris 2024 e bicampeã mundial

  • Resultado: 01 de outubro de 2025.
  • Aula de Boas-vindas: 18 de outubro de 2025.
  • Encerramento previsto: 03 de outubro de 2026 (com entrega de certificados).
  • Depósito do benefício: ao final de cada mês de atividade.
  • Vagas: 10 atletas negros de alto rendimento.
  • Formação: masterclasses ao vivo quinzenais (sábados, 13h–18h) em 5 módulos (Letramento Racial, Branding, Produção de Conteúdo, Finanças e Empreendedorismo).
  • Benefícios adicionais: mentoria de finanças, media training, acompanhamento psicológico, kit de boas-vindas e certificado.

Sobre a Afroesporte

A Afroesporte é um ecossistema que fomenta o empreendedorismo no setor esportivo com foco no desenvolvimento econômico de atletas negros, unindo investimento, formação e rede para acelerar carreiras e ampliar oportunidades no esporte. Atua um laboratório de conteúdo e hub de soluções digitais, conectando atletas ao ecossistema de inovação e marcas, por meio do digital. A atuação pioneira da Afroesporte vem ganhando visibilidade em veículos e plataformas de negócios, esporte e inovação, reforçando sua posição como referência em diversidade, tecnologia e novas economias do esporte.

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Sobre a Betano

A Betano, uma das maiores casas de apostas esportivas do Brasil, é uma marca criada para oferecer excelentes experiências por meio de sua plataforma, disponível para desktop, laptop, tablet, celular e aplicativo Android. O objetivo da operadora é evoluir continuamente a experiência de apostas que oferece a milhões de clientes e entreter os fãs de esportes de forma divertida e responsável. No Brasil, a Betano detém os naming rights de competições como o Brasileirão Betano, a Copa Betano do Brasil e a Supercopa Betano Rei 2025. A Betano é operada pelo Kaizen Gaming Group, uma das maiores e mais rápidas operadoras do mundo, com presença em 19 países e um plano estratégico de expansão para 26 mercados até 2026. 

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Saiba mais:Link | betano_brasil

Contato de Imprensa

Assessoria de Imprensa | Afroesporte
E-mail: contato@afroesporte.com.br 

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Assessoria de imprensa | Betano

Email: betanobr@inpresspni.com.br

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