Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Esporte

Entenda como o sexo biológico influencia no rendimento esportivo

Publicado em

A performance esportiva tanto de homens quanto de mulheres melhorou progressivamente ao longo das últimas décadas, graças a fatores como melhora nas estratégias e métodos de treinamento, nutrição, equipamentos, oportunidades, acesso e inclusão. Essa melhora pode ser observada em diversas modalidades, principalmente durante grandes eventos esportivos como as olimpíadas e campeonatos mundiais, e foi notadamente maior nas mulheres do que nos homens ao longo do último século.

Essa grande diferença de evolução no esporte acompanhou as evoluções nas conquistas das mulheres em relação à igualdade de direitos. Para se ter uma ideia dessa evolução vamos a alguns dados históricos:

Advertisement
  • Mulheres não eram permitidas como participantes na primeira olimpíada da era moderna;
  • Em sua primeira participação em 1900, não eram permitidos esportes de contato, eram modalidades como patinação e tênis, e não tinham direito a medalhas, pois eram consideradas apenas participantes e não competidoras;
  • Somente em 1967 ocorreu a primeira participação de uma mulher inscrita como competidora na maratona de Boston;
  • Em 1984, ocorreu a primeira maratona feminina nos Jogos Olímpicos, em Los Angeles;
  • Em 2021, nas Olimpíadas de Toquio, foi a primeira vez que o número de participantes do sexo masculino e feminino foi equivalente.

Sabemos que homens e mulheres têm suas diferenças biológicas, que influenciam suas capacidades físicas e rendimento esportivo, mas quais são essas diferenças e porque elas ocorrem?

Leia Também:  Entenda mais sobre a legislação em relação ao bullying

Recentemente o Colégio Americano de Medicina do Esporte, órgão que norteia as questões de saúde relacionadas a esportes e que serve de base para entidades como a FIFA, o Comitê Olímpico Internacional e a própria OM00S, divulgaram um consenso onde define essas diferenças.

Logo no início da publicação, os autores deixam claro que seguem a nomenclatura de sexo e gênero de acordo com as definições do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Definem que sexo se refere as diferenças biológicas entre homens e mulheres, incluindo cromossomos, órgãos sexuais e perfil hormonal. Que gênero se refere a papéis e comportamentos construídos socialmente, em um contexto histórico e cultural, e que varia nas diversas sociedades e ao longo dos tempos.

No artigo, os autores afirmam que, de maneira geral, atletas do sexo masculino são mais rápidos e fortes, em função das diferenças fundamentais na anatomia e fisiologia impostas pelos cromossomos sexuais (XY), aqueles que definem nosso sexo biológico ao nascimento.

Advertisement

Tais diferenças em performance são mínimas até a puberdade, que se inicia em média por volta dos 12 anos. Mas, a partir deste ponto, os níveis de testosterona dos meninos começam a se elevar de forma muito mais intensa do que nas meninas, chegando a ser 15 vezes maior em meninos por volta dos 18 anos.

Os efeitos dessa explosão hormonal se refletem num grande aumento de massa muscular, com fibras musculares maiores e mais potentes, menor porcentagem de gordura, sangue mais concentrado, coração maior e com mais capacidade de bombeamento, pulmões maiores, maior estatura média e membros mais longos. Tudo isso combinado leva a um aumento da performance esportiva de homens em relação a mulheres, nas mais diversas modalidades.

Leia Também:  Compulsão alimentar: entenda distúrbio de Yasmin Brunet

Na verdade a principal conclusão do artigo está no fato que temos muito menos estudos científicos avaliando os efeitos do exercício com mulheres atletas do que com homens, em parte por causa do atraso histórico que as mulheres sofreram por mais de um século, mas também pelas diferenças de investimentos, que ocorreram como consequência dessa defasagem. Há também poucos estudos com pessoas transgêneras, que agora cada vez mais querem ser inseridas nas competições esportivas. O Colégio Americano de Medicina do Esporte fará uma publicação sobre essa questão num futuro próximo.

Advertisement

A importância de se estudar as respostas de nossos corpos ao esporte não afeta apenas o rendimento esportivo, ajuda a entender como a prática de atividade física pode influenciar nossa saúde e longevidade, colaborando na prevenção e controle de doenças. Reconhecer e entender nossas diferenças pode ajudar na construção de uma sociedade com mais igualdade.

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Advertisement

Fonte: IstoÉ

COMENTE ABAIXO:

Esporte

De olho nas Olimpíadas de 2028, Mirelle Leite disputa Maratona Brasília

Published

on

Mirelle disputará a Maratona no percurso de 5km. – (crédito: Neoenergia Brasília/Divulgação)

Focada em se tornar a primeira indígena a representar o Brasil nos Jogos, a pernambucana Mirelle Leite disputará a corrida de 5km como parte do processo rumo a Los Angeles-2028

Ela tem um sonho, e um dos atalhos para realizá-lo passa pela prova de 5km da Maratona Brasília 2025, apoiada pelo Correio, no próximo dia 21, segunda-feira, na celebração do aniversário da capital. Aos 23 anos, Mirelle Leite Silva deseja utilizar as avenidas largas do percurso como parte do processo para se tornar a primeira atleta indígena a disputar os Jogos Olímpicos. Ela quase obteve o índice para integrar o Time Brasil no atletismo e competir nos 3.000m com barreira em Paris-2024. O projeto está renovado no ciclo rumo a Los Angeles-2028.

“Vou me dedicar ao máximo para estar lá. Isso vai representar um importante marco para ampliar a inclusão social dos povos originários no Brasil”, vislumbra Mirelle, em entrevista ao Correio.

Natural da reserva indígena Xucuru, no pé da Serra do Jucá, às margens do rio Ipanema, no distrito de Cimbres, município de Pesqueira, em Pernambuco, Mirelle é tricampeã sul-americana nos 3.000m com obstáculos. Em 2024, 33 segundos e 29 milésimos separaram a corredora da vaga para os Jogos de Paris-2024. O melhor tempo dela foi 9min56s29. O índice técnico estabelecido era 9min23s.

Advertisement

Há muita história e amor envolvidos no sonho olímpico. Quando Mirella tinha seis meses de idade, os pais e oito filhos foram expulsos da aldeia, após um conflito indígena. Faltava dinheiro para sustentar a família. O assassinato do pai agravou as finanças. Em busca de renda, Mirella passou a ajudar a mãe, Maria José da Silva, em faxinas, até ser apresentada às corridas de rua.

Leia Também:  Entenda o que é competência do Governo de MT na região do Portão do Inferno

Embaixadora da Neoenergia, apoiadora da Maratona Brasília 2025, terceiro sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) e mãe apaixonada pelo filho de 7 anos, Mirelle corre pelo time do maior grupo privado do setor elétrico do país. No desafio de 5km, ela simulará o Sul-Americano de Mar del Plata, de 25 a 27 de abril.

Mirelle competirá em Brasília, turbinada por um período de treinos de alto nível na cidade de Paipa, na Colômbia. O intercâmbio durou 35 dias. A preparação especial na altitude de 2.500m serviu para aprimorar o rendimento e estabelecer novas marcas expressivas nas competições de 3.000m com obstáculos, 3.000m livre e 1.500m livre. A altitude em Brasília é menor (1.172m). Logo, o fôlego será maior. Sinal de que ela tem tudo para voar baixo na prova dos 5km pelos cartões postais da capital do país.

Advertisement

O DF dá sorte a Mirelle. Ela ostenta duas conquistas no nosso quadrado, ambas em provas de 5km. “Brasília é sempre um lugar especial para mim. Estive aqui no ano passado, em duas oportunidades, e ganhei as duas provas que corri”, conta. “Sei a tradição da Maratona Brasília e espero repetir os meus resultados. Estou muito animada para essa prova”.

Leia Também:  Vale a fama? Entenda como o whey protein te ajuda a queimar gordura

Em 2024, Mirelle disputou a Pink For Life e o SBT Sport Sunset. A pernambucana competiu nos 5km e concluiu ambas em primeiro, com os tempos de 15min2s e 19min30s, respectivamente.

* Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

Advertisement
COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

MULHER NA POLÍTICA

MULHER NA SAÚDE

MULHER SOCIAL

MULHER NO ESPORTE

MULHER CELEBRIDADE

MAIS LIDAS DA SEMANA