Policiais
Acusada de mandar matar primo é condenada a 21 anos de prisão

Liliane Pereira Dias e Diego Leonardo Joca foram condenados à prisão pela morte de Cleuton Batista de Sousa. Caso ocorreu em 2021
Material cedido ao Metrópoles
Com marcas de facadas, o cadáver de Cleuton foi localizado em 28 de dezembro de 2021. Liliane era prima do motorista e entregou-se à polícia dias depois.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Liliane havia pego dinheiro emprestado com Cleuton, mas nunca pagou a dívida. Com cobranças, ela combinou de encontrar com o primo com a intenção de matá-lo. Para realizar o crime, a ré recebeu a ajuda de Diego, a quem prometeu “favores amorosos” após a morte de Cleuton.
Ainda segundo o MP, no dia do crime, Liliane dirigiu até o encontro com o primo, com Diego escondido no banco traseiro. Ao embarcar no automóvel no banco da frente, Cleuton foi atacado com golpes de faca por Diego. A mulher dirigiu até um matagal, onde abandonaram o corpo — localizado em 28 de dezembro.
No dia seguinte, Liliane e Diego levaram o veículo a um lava jato com a intenção de desfazer dos vestígios de sangue.
O julgamento
Na análise dos fatos, o juiz presidente do Júri observou que o crime foi praticado com divisão elaborada de tarefas para garantir a execução, a disposição do corpo e a fuga rápida e segura do local.
O magistrado ainda ponderou sobre as consequências do crime: “A vítima deixou um filho adolescente órfão de pai e sem amparo, sendo tolhido da convivência e dos efeitos de uma figura paterna, gerando sequelas psíquicas decorrentes da perda traumática que podem durar toda a vida. A par disso, agrega-se o sofrimento da mãe da vítima, que perdeu seu único filho e principal suporte”.
Em relação à Liliane, o magistrado considerou “que a ré, de forma premeditada, com destacada frieza, planejou e executou o homicídio de seu próprio primo, pessoa íntima, que todas as testemunhas relataram que era de sua intimidade e considerada como um irmão afetivo”.
O magistrado continuou dizendo que “havia nessa relação uma conexão íntima, e que deveria ser marcada pela gratidão, por toda uma história de vida ilustrada nos relatos das testemunhas de que a vítima, reiteradas vezes, procurou ajudar a ré sempre que esta precisava. Em lugar disso, ceifou a vida de seu primo de forma atroz”.
Condenações
Diego irá cumprir a pena de 16 anos e seis meses de prisão, seis meses de detenção e multa. Liliane irá cumprir a pena de 21 anos de reclusão, seis meses de detenção e multa. Os dois deverão cumprir as penas de reclusão inicialmente em regime fechado e as penas de detenção em regime aberto.
Os condenados não poderão recorrer em liberdade. “Permanecem íntegros os fundamentos que ensejaram a sua custódia cautelar. Faz-se de rigor promover a garantia da ordem pública, em vista da periculosidade dos condenados, decorrente da gravidade em concreto da conduta e do modus operandi empregado”, afirmou o juiz.

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