Saúde
Nosso corpo produz cannabis de forma natural: entenda sem preconceitos
Há um sistema dentro de nosso próprio organismo que produz cannabis – e nos ajuda a regular várias funções do corpo a nível celular. Negar este conhecimento é um erro histórico
ANNA VIEIRAi
E o que significa endocanabinóide? A palavra ENDO significa DENTRO, indicando que a produção de cannabis se dá dentro de nosso corpo, de forma natural. São lipídios especiais que interagem com nosso sistema nervoso central e que ajudam a promover a homeostase, que é o equilíbrio dos diferentes sistemas do nosso corpo.
Ingerimos endocanabinóides pela primeira vez quando ainda somos bebês, pois o leite materno ativa o sistema endocanabinoide, além de promover bons hábitos alimentares e desenvolvimento. É por isso que os bebês amamentados no peito são menos propensos a ficarem doentes.
Mas como interagem os endocanabinóides com o nosso corpo?
O fato é que em muitas células se encontram receptores canabinóides.
Existem dois tipos de receptores: o CB1 e o CB2, e ambos necessitam dos endocanabinóides para regularem outros sistemas essenciais como o sistema motor, digestivo, ósseo, neurológico, imunológico entre outros.
Quando nossos receptores CB1 e CB2 estão deficientes de endocanabinóides, pode se manifestar um grupo de condições como artrite reumatóide, fibromialgia, inflamação gastrointestinal, câncer e desordens neurológicas como alzheimer, parkinson, autismos e epilepsia, entre outras mais de 300 desordens.
Uma síndrome importante e recentemente descoberta é a Síndrome de Deficiência do Sistema Endocanabinoide. Muitas pessoas estão sofrendo dela e não sabem. Como podemos evitar?
Além dos endocanabinoides, podemos nutrir o nosso corpo com os fitocanabinóides. FITO significa o que provém das plantas, e a cannabis não é a única planta que produz canabinóides. Existem plantas como a equinácea, linho, sálvia, entre outras, que produzem cannamiméticos, que simulam o comportamento dos endocanabinoides.
Um exemplo de fitocanabinóide é o CBD ou Cannabidiol. Muitos estudos clínicos provam que o CBD funciona como ansiolítico, anticonvulsivante, vasodilatador, analgésico e anti-inflamatório.
Consumir CBD é uma das maneiras mais efetivas para manter o sistema endocanabinoide funcionando em seu estado ótimo.
Seu corpo tem um sistema Endocanabinoide e não um sistema Dipirona.
Nesse momento que vivemos a INFORMAÇÃO e a EDUCAÇÃO se mostram como a estratégia mais acertada quando o assunto é Cannabis.
Lembre que o sistema endocanabinóide exerce a função de regular todos os aspectos da fisiologia humana! Seja qual for a função do corpo, nele atuará o Sistema Endocanabinoide – e não apenas como um detalhe do nosso corpo.
Podemos também modular este sistema naturalmente, com alimentação e rotina saudáveis, sono, exercícios físicos, meditação diária, atividades que despertem prazer, ioga etc.
Vale lembrar que:
“Hoje em dia está absolutamente bem demonstrado, não há razão, a não ser ideológica, para rejeitar a verdade que a maconha tem efeitos terapêuticos plenamente privados”. (dr. Elisaldo Carlini, médico, psicofarmacólogo, professor universitário e pesquisador brasileiro, considerado referência mundial e um dos pioneiros nos estudos farmacológicos sobre o potencial terapêutico da cannabis e de outras substâncias psicotrópicas).
“A proibição do uso terapêutico da cannabis foi um erro histórico colossal em escala planetária. Efeitos sociais adversos e ausência de base científica”. (Sidarta Ribeiro, neurocientista, biólogo, professor titular e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
Não espere passar por uma situação de necessidade para apoiar e difundir a informação real. Para uma saúde plena mantenha seu sistema endocanabinoide em equilíbrio. Cuide dele e ele cuidará de você! É nesse sentido que insisto em falar desse sistema, acreditando que é a base de tudo. E se alguém que ler esse artigo conseguir explicar para outra pessoa o que é esse sistema – ficarei muito feliz, ampliando nosso conhecimento sobre esse conjunto de receptores que faz a cannabis estar onde está agora, e num lugar ainda mais crucial, onde acredito que ela vai chegar.
* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
Fonte: IstoÉ
Saúde
Oncofertilidade é destaque em congresso internacional de reprodução assistida nos Estados Unidos
Dr. Alfonso Massaguer, da Clínica Mãe, participou do evento em San Antônio e traz as principais tendências apresentadas ao longo de cinco dias de programação científica
Créditos: Pixabay
O congelamento de óvulos e embriões como estratégia fundamental para preservar a fertilidade de pacientes oncológicos foi um dos principais temas debatidos no congresso da Sociedade Americana de Reprodução Assistida, realizado entre os dias 25 e 29 de outubro em San Antonio, no Texas. O Dr. Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Mãe, em São Paulo, participou do evento e destacou a relevância das discussões apresentadas, especialmente diante do aumento expressivo de casos de câncer em jovens.
“O congresso trouxe avanços importantes em diversas áreas da medicina reprodutiva, mas a oncofertilidade ganhou destaque especial este ano. O evento reforçou que devemos pensar no futuro reprodutivo das pessoas diagnosticadas com câncer. Congelar óvulos, embriões ou sêmen são opções que devemos apresentar. Elas trarão mais segurança e perspectiva de futuro. Precisamos divulgar mais isso”, afirma o Dr. Massaguer.
A ênfase na oncofertilidade durante o congresso reflete uma preocupação global com o aumento de diagnósticos de câncer em adultos com menos de 50 anos. No Brasil, dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam um crescimento de 284% nos casos nessa faixa etária entre 2013 e 2024, saltando de 45,5 mil para 174,9 mil diagnósticos anuais. O câncer de mama lidera as estatísticas entre mulheres jovens, com alta de 45% no período e mais de 22 mil novos casos anuais em pacientes de até 50 anos.
“A oncofertilidade é uma área que une a oncologia e a medicina reprodutiva com o objetivo de preservar a fertilidade de pacientes que passarão por tratamentos oncológicos”, explica o Dr. Massaguer. “É fundamental que a paciente, ao receber o diagnóstico de câncer, seja informada sobre os riscos à sua fertilidade e as opções disponíveis para preservá-la. Essa conversa deve acontecer o mais rápido possível, antes mesmo do início do tratamento oncológico.”
Durante os cinco dias de programação científica, o congresso também abordou outros temas relevantes para a medicina reprodutiva. A análise genética de casais inférteis foi apresentada como uma ferramenta importante na avaliação e no planejamento familiar, permitindo diagnosticar e prevenir doenças graves até mesmo nos futuros bebês. A síndrome dos ovários policísticos, uma das principais causas de infertilidade feminina, também foi amplamente debatida, assim como as causas variadas da perda gestacional recorrente, tema que continua desafiando especialistas em todo o mundo.
O Dr. Massaguer ressalta que o congelamento de óvulos é a técnica mais segura e estabelecida para mulheres que serão submetidas a tratamentos oncológicos. “Os óvulos são coletados e congelados por meio de uma técnica chamada vitrificação, que garante altas taxas de sobrevida após o descongelamento. Uma vez que a paciente esteja curada e liberada por seu oncologista, esses óvulos podem ser utilizados em um tratamento de fertilização in vitro para gerar uma gravidez.”
O tempo é um fator crucial na oncofertilidade. O procedimento de coleta e congelamento de óvulos pode ser realizado em cerca de duas semanas, período que não compromete o início do tratamento oncológico. “A jornada do câncer já é suficientemente desafiadora. Oferecer à mulher a possibilidade de planejar seu futuro reprodutivo traz um alento e uma perspectiva de vida após a doença”, ressalta o médico.
Além do congelamento de óvulos, outras técnicas de preservação da fertilidade foram apresentadas no congresso, como o congelamento de tecido ovariano e o congelamento de embriões. “A escolha da melhor estratégia é individualizada e deve ser discutida entre a paciente, o oncologista e o especialista em reprodução humana”, finaliza o Dr. Massaguer.
Sobre o Congresso da Sociedade Americana de Reprodução Assistida
O congresso anual da Sociedade Americana de Reprodução Assistida é um dos eventos científicos mais importantes da área de medicina reprodutiva no mundo, reunindo especialistas, pesquisadores e profissionais de saúde para discutir os avanços mais recentes em fertilidade, reprodução assistida e saúde reprodutiva.
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