Saúde
Síndrome dos Ovários Policísticos: 4 dicas para melhorar os sintomas
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ocorre durante a idade reprodutiva, principalmente por ser uma alteração no funcionamento dos ovários ligada a uma resistência à insulina.
A Síndrome dos Ovários Policísticos (ou SOP) é um diagnóstico muito comum em consultas ginecológicas de mulheres em idade reprodutiva, sendo o problema endócrino que mais afeta mulheres nessa faixa etária, atingindo até 13% delas. Ocorre durante o que chamamos de idade reprodutiva, que é a fase da vida em que a mulher normalmente ovula e tem seus ciclos menstruais, justamente por ser uma alteração no funcionamento dos ovários ligada a uma resistência à insulina.
O que ocorre é um funcionamento errado dos ovários, que passam a produzir maiores quantidades de hormônios androgênicos, aqueles que podem causar aumento da oleosidade da pele e cabelos, acne e aumento de pelos. Além disso, os ovários costumam ficar aumentados, formam diversos microcistos e passam a não ovular corretamente, o que causa atraso ou ausência de menstruação.
Toda essa confusão hormonal gera um aumento da resistência à insulina, o que seria como um estado pré diabético, e isso piora ainda mais o funcionamento do ovário, entrando num ciclo vicioso. Associado a tudo isso, ainda temos frequentemente um estado de sobrepeso ou obesidade, que também tem relação direta com as questões hormonais e metabólicas.
O que pouca gente sabe é que mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos não controlada apresentam risco maior de desenvolverem algumas doenças com o passar do tempo, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, depressão e ansiedade.
Dentre as possibilidades de tratamento, como costumo dizer para minhas pacientes, temos o jeito fácil e o mais difícil. Lógico que o jeito difícil a longo prazo vai ser melhor, e de qualquer forma, fazer o mais fácil não exclui a necessidade de fazer o mais difícil.
O tratamento medicamentoso clássico para a Síndrome dos Ovários Policísticos inclui o uso de contraceptivos orais combinados, que são as pílulas anticoncepcionais. Elas atuam gerando um bloqueio do funcionamento dos ovários, que param de produzir os hormônios androgênicos em grande quantidade, porque simplesmente param de funcionar. Os cistos diminuem e desaparecem, os sintomas de oleosidade e o aumento de pelos melhoram, e a menstruação volta a ficar regular pela ação dos hormônios da pílula.
Outra opção seria o uso de medicamentos usados no tratamento da diabetes, que por gerarem uma melhora metabólica, acabam melhorando também o funcionamento dos ovários.
Acredito que a essa altura, com as explicações sobre a doença, você já imagina quais são as opções sem os medicamentos, mas vamos a elas.
Dicas não-medicamentosas para Síndrome dos Ovários Policísticos
Atividade física
Se praticar atividades físicas regularmente já é importante para qualquer pessoa, para a mulher que tem síndrome dos ovários policísticos é quase obrigatório. E não dá pra dizer que existe uma preferência pelos exercícios aeróbicos ou pelo treinamento de força, os dois serão importantes no processo. Os exercícios aeróbicos, além de contribuírem para a prevenção de doenças cardiovasculares, vão ajudar na perda e no controle do peso, tão importantes para essas mulheres. O treinamento de força terá mais impacto nas questões metabólicas, diminuindo a resistência à insulina, o que ajuda muito em todo o processo.
Dieta balanceada
Um controle das quantidades e tipos de carboidratos ingeridos irão ajudar tanto na resistência à insulina quanto na perda de peso necessária em algumas mulheres com esse quadro. Alguns estudos demonstraram também que uma dieta com maior quantidade de proteínas leva a uma menor produção de hormônios androgênios pelos ovários. Vegetais e fibras de outras fontes também têm um papel importante no processo.
Sabemos também que o fracionamento da dieta, que seria a ingestão de refeições menores e mais frequentes ao longo do dia, diminui a resistência à insulina.
O ideal mesmo seria a avaliação e acompanhamento de um nutricionista, montando um plano alimentar e um cardápio adequados para cada mulher, levando em conta seus gostos, restrições e rotina.
Mudanças comportamentais
Como esse quadro pode favorecer o ganho de peso, somado a questões estéticas, como acne, oleosidade da pele e aumento de pelos, é comum vermos associação com baixa autoestima, distúrbios de imagem, depressão, ansiedade e distúrbios alimentares, daí a importância de um acompanhamento psicológico.
Técnicas de meditação, como a atenção plena podem ajudar muito, inclusive no controle da alimentação e adesão à dieta. O sono também tem um importante papel nesse processo, pois influencia a produção hormonal.
Fitoterápicos e vitaminas
O inositol é um suplemento que tem sido muito estudado nos últimos anos, pela sua capacidade de melhora do metabolismo da glicose e diminuição do hiperandrogenismo. Vitaminas D, E e K, além de algumas do complexo B também apresentam efeitos benéficos, e podem ser muito úteis quando associadas às mudanças de hábitos de vida.
Nem todos os casos irão apresentar melhora suficientemente satisfatória mesmo com todos esses cuidados, e acabam necessitando de um tratamento medicamentoso, por isso a necessidade de acompanhamento com um ginecologista ou endocrinologista. Mas, de qualquer forma, as opções sugeridas aqui serão benéficas em diversos aspectos, e ajudarão a todas, mesmo quando indicado o uso de medicamentos.
*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
Fonte: IstoÉ
Saúde
Oncofertilidade é destaque em congresso internacional de reprodução assistida nos Estados Unidos
Dr. Alfonso Massaguer, da Clínica Mãe, participou do evento em San Antônio e traz as principais tendências apresentadas ao longo de cinco dias de programação científica
Créditos: Pixabay
O congelamento de óvulos e embriões como estratégia fundamental para preservar a fertilidade de pacientes oncológicos foi um dos principais temas debatidos no congresso da Sociedade Americana de Reprodução Assistida, realizado entre os dias 25 e 29 de outubro em San Antonio, no Texas. O Dr. Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Mãe, em São Paulo, participou do evento e destacou a relevância das discussões apresentadas, especialmente diante do aumento expressivo de casos de câncer em jovens.
“O congresso trouxe avanços importantes em diversas áreas da medicina reprodutiva, mas a oncofertilidade ganhou destaque especial este ano. O evento reforçou que devemos pensar no futuro reprodutivo das pessoas diagnosticadas com câncer. Congelar óvulos, embriões ou sêmen são opções que devemos apresentar. Elas trarão mais segurança e perspectiva de futuro. Precisamos divulgar mais isso”, afirma o Dr. Massaguer.
A ênfase na oncofertilidade durante o congresso reflete uma preocupação global com o aumento de diagnósticos de câncer em adultos com menos de 50 anos. No Brasil, dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam um crescimento de 284% nos casos nessa faixa etária entre 2013 e 2024, saltando de 45,5 mil para 174,9 mil diagnósticos anuais. O câncer de mama lidera as estatísticas entre mulheres jovens, com alta de 45% no período e mais de 22 mil novos casos anuais em pacientes de até 50 anos.
“A oncofertilidade é uma área que une a oncologia e a medicina reprodutiva com o objetivo de preservar a fertilidade de pacientes que passarão por tratamentos oncológicos”, explica o Dr. Massaguer. “É fundamental que a paciente, ao receber o diagnóstico de câncer, seja informada sobre os riscos à sua fertilidade e as opções disponíveis para preservá-la. Essa conversa deve acontecer o mais rápido possível, antes mesmo do início do tratamento oncológico.”
Durante os cinco dias de programação científica, o congresso também abordou outros temas relevantes para a medicina reprodutiva. A análise genética de casais inférteis foi apresentada como uma ferramenta importante na avaliação e no planejamento familiar, permitindo diagnosticar e prevenir doenças graves até mesmo nos futuros bebês. A síndrome dos ovários policísticos, uma das principais causas de infertilidade feminina, também foi amplamente debatida, assim como as causas variadas da perda gestacional recorrente, tema que continua desafiando especialistas em todo o mundo.
O Dr. Massaguer ressalta que o congelamento de óvulos é a técnica mais segura e estabelecida para mulheres que serão submetidas a tratamentos oncológicos. “Os óvulos são coletados e congelados por meio de uma técnica chamada vitrificação, que garante altas taxas de sobrevida após o descongelamento. Uma vez que a paciente esteja curada e liberada por seu oncologista, esses óvulos podem ser utilizados em um tratamento de fertilização in vitro para gerar uma gravidez.”
O tempo é um fator crucial na oncofertilidade. O procedimento de coleta e congelamento de óvulos pode ser realizado em cerca de duas semanas, período que não compromete o início do tratamento oncológico. “A jornada do câncer já é suficientemente desafiadora. Oferecer à mulher a possibilidade de planejar seu futuro reprodutivo traz um alento e uma perspectiva de vida após a doença”, ressalta o médico.
Além do congelamento de óvulos, outras técnicas de preservação da fertilidade foram apresentadas no congresso, como o congelamento de tecido ovariano e o congelamento de embriões. “A escolha da melhor estratégia é individualizada e deve ser discutida entre a paciente, o oncologista e o especialista em reprodução humana”, finaliza o Dr. Massaguer.
Sobre o Congresso da Sociedade Americana de Reprodução Assistida
O congresso anual da Sociedade Americana de Reprodução Assistida é um dos eventos científicos mais importantes da área de medicina reprodutiva no mundo, reunindo especialistas, pesquisadores e profissionais de saúde para discutir os avanços mais recentes em fertilidade, reprodução assistida e saúde reprodutiva.
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