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Fim do mito masculino. Mulheres também são exímias caçadoras

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Os Kikuyu, no Quênia, tiveram as dinâmicas analisadas. Segundo os autores do estudo, elas também ensinam a prática – (crédito: YASUYOSHI CHIBA)

Análise de 63 sociedades dos últimos 11 mil anos indica que, em 79% delas, as mulheres não se dedicam apenas à colheita de vegetais. Elas caçam animais de grande porte para a subsistência

Amanda Gonçalves*

Há a crença de que, nas populações rudimentares, para a alimentação do grupo, os homens dedicam-se exclusivamente à captura de animais e as mulheres, à colheita de vegetais. Um estudo publicado, nesta semana, na revista PLOS One traz evidências que colocam em xeque esse mito do homem caçador. Ao analisarem dados produzidos sobre 63 sociedades de forrageamento do Holoceno, dos últimos 11 mil anos, cientistas concluíram que as mulheres caçam em 79% delas, independentemente de serem mães.

A equipe liderada por Abigail Anderson, da Seattle Pacific University, nos Estados Unidos, também constatou que, em muitas sociedades coletoras, elas são caçadoras habilidosas. Mais de 70% da caça feminina parece ser intencional, e elas costumam ter como principal alvo os animais de grande porte, em oposição à matança para atividades como a caça predatória.

Além disso, as exímias caçadoras compartilham as suas habilidades. Segundo os autores, elas estão ativamente envolvidas no ensino de práticas de caça e, muitas vezes, empregam uma variedade maior de escolha de armas e estratégias do que os homens.

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O artigo ilustra a realidade das mulheres Agta, nas Filipinas, cujas ferramentas usadas “são notavelmente diferentes em comparação com as dos homens”. “As evidências de todo o mundo mostram que as mulheres participam da caça de subsistência na maioria das culturas”, enfatizam os autores.

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Arqueologia

Para chegar aos resultados, os pesquisadores reuniram informações da literatura etnográfica produzida nos últimos 100 anos sobre achados arqueológicos do Holoceno, período que abrange os últimos 11 mil anos. As informações incluem sociedades na América do Norte, África, Austrália, Ásia, Austrália e Oceania, como os Kikuyu, no Quênia, e os Kalaallit, na Groenlândia.

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Cara Wall-Scheffler, antropóloga e uma das autoras, conta que a necessidade de realizar a pesquisa surgiu a partir de um artigo publicado na revista Science que fazia referência a descobertas arqueológicas de fósseis femininos enterrados ao lado de ferramentas de caça de grandes animais. “Decidimos fazer esse estudo depois de ler um artigo sobre a importância da caça feminina na pré-história da América do Norte e do Sul”, indica.

Para os autores do estudo, o mito do homem caçador influencia estudos arqueológicos, tornando alguns pesquisadores relutantes em interpretar objetos de caça enterrados com mulheres. “A prevalência de dados sobre mulheres caçando se opõe diretamente à crença comum de que elas coletam exclusivamente (…) e evidencia que a divisão sexual implícita do trabalho de caçador/coletor é mal aplicada”, avaliam.

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Novos olhares

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Segundo Wall-Scheffler, o trabalho feito por elas e os colegas poderá ajudar a combater esses estereótipos de gênero. “É importante compreender que os seres humanos são flexíveis na forma como sobrevivem e que as fêmeas contribuem fortemente para a aquisição de alimentos em todo o mundo”, justifica. “Os resultados devem ajudar as pessoas a entenderem que os papéis de gênero não são fixos com base na biologia e em nosso passado evolutivo. A divisão do trabalho é flexível com base na cultura e nas necessidades do grupo.”

A equipe planeja seguir nas análises das atividades femininas de caça associadas à maternidade para estabelecer, com mais precisão, como é a divisão não sexual do trabalho em relação à caça/coleta. “No momento, estamos analisando a regularidade com que as mulheres vão caçar com crianças”, conta Wall-Scheffler.

*Estagiária sob a supervisão de Carmen Souza

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Fonte: Correio Brasiliense

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Na Trilha do Teatro leva riso, música e escuta para seis escolas do DF

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De outubro a novembro, projeto de arte-educação transforma a rotina escolar em experiência sensorial com mediação, espetáculo teatral e laboratório de musicalização.

Do campo ao ensino especial, seis escolas do DF recebem o projeto Na Trilha do Teatro para fazer do horário de aula um encontro com o riso, a curiosidade e o som do próprio corpo. Voltado a crianças de 6 a 10 anos, o programa articula três ações gratuitas e complementares: uma mediação teatral que prepara o olhar do público, a apresentação do espetáculo “Seu Cocó e as Caixas-surpresa” e um laboratório de musicalização infantil. A iniciativa é realizada com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

O projeto aposta na formação de espectadores e na presença qualificada de artistas dentro da escola. A proposta é criar pontes entre obra e plateia, ativando repertórios sensoriais e afetivos. Na prática, a visita movimenta toda a comunidade escolar: professores, equipes pedagógicas, estudantes e famílias, que veem pátios e salas se transformarem em palco; e a rotina, em experiência.

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“É muito importante poder retomar com esse projeto de arte-educação, as escolas são espaços fundamentais para a formação de espectadores e cidadãos, afinal educação e cultura são pilares para uma sociedade justa”, conta o ator Pedro Caroca.

A trilha começa com a mediação teatral: uma conversa leve e provocadora, antes do espetáculo, que apresenta referências, convida à escuta e à participação das crianças. Nessa etapa, é distribuída uma cartilha pedagógica e lúdica com o material de apoio, para que a experiência siga ecoando em sala de aula depois da apresentação.

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Em seguida é a vez do espetáculo “Seu Cocó e as Caixas-supresa”. E entra em cena Seu Cocó, um palhaço que “toca sem saber que toca” e convida o público a passear por um acervo de incertezas e descobertas: canções inventadas, poesias invisíveis, trava-línguas dançados, adivinhas misteriosas e cantigas de roda. O humor e a brincadeira abrem espaço para que cada criança reconheça seu próprio jeito de perceber ritmos, silêncios e histórias.

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“O espetáculo é sobre a beleza de transformar o comum no extraordinário. Cada caixa é uma porta que se abre para a poesia e a imaginação compartilhada com o público. Meu maior desejo é que cada jogo e cada descoberta tragam a leveza e o encantamento que só a palhaçaria consegue provocar”, afirma a diretora Ana Vaz.

Para fechar, o laboratório de musicalização infantil, conduzido por Pedro Caroca, transforma o corpo em instrumento e a turma em orquestra. Por meio de jogos e dinâmicas, as crianças experimentam tempo, pulso, timbre e harmonia de modo prático e lúdico, uma iniciação ao universo sonoro que fortalece a escuta coletiva e a autonomia criativa.

Após as visitas escolares, será lançada uma exposição virtual com o olhar e a voz dos estudantes participantes. Ilustrações e depoimentos vão compor o acervo, ao lado de registros fotográficos e audiovisuais da equipe. A mostra, com curadoria do museólogo Marino Alves, ficará disponível permanentemente no site www.natrilhadoteatro.com.br.

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“A exposição apresentará o processo de concepção e realização do projeto, destacando como as ações propostas impactaram os públicos, quais memórias foram evocadas e quais sentimentos vieram à tona. O teatro toca e emociona, e a museologia pode compartilhar e discutir as relações criadas entre artista e públicos ”, explica o curador Marino Alves.

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Esta é a segunda edição de Na Trilha do Teatro. Em 2023, a iniciativa passou por 11 escolas públicas em diferentes regiões administrativas do DF. Agora, amplia o compromisso com a acessibilidade, oferecendo interpretação em LIBRAS, audiodescrição e material pedagógico acessível.

Programação

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28 de outubro – Escola Classe Kanegae no Riacho Fundo

29 de outubro – Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV) Asa Sul

30 de outubro – Escola Classe Itapeti no Paranoá

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05 de novembro – Escola Classe Guariroba em Samambaia

06 de novembro – Escola Classe Córrego das Corujas em Ceilândia

07 de novembro – Escola Bilíngue de Taguatinga

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Baú Comunicação Integrada

www.baucomunicacao.com.br

Camila Maxi – (61) 98334-4279

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Michel Toronaga – (61) 98185-8595

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