Politica
“Há uma carga muito grande de ódio às mulheres”, diz presidente da Fonavid
Segundo o entrevistado, em 2023 houve um aumento de 1% no número de feminicídios no Brasil, em relação a 2022 – (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Francisco Matos, presidente do Fonavid, destacou que a participação dos homens é fundamental para combater a violência contra mulheres. Em 2023, foram registrados 1.467 feminicídios no Brasil, 64% deles contra negras
Segundo o entrevistado, dados divulgados no ano passado indicam que 1.467 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil em 2023, o que demonstra a necessidade de conscientização sobre esse tipo de violência. “Isso representou um aumento de quase 1% em relação a 2022. Dessas vítimas, 64% foram mortas em suas próprias casas, comprovando que nem os lares são pontos seguros para mulheres”, ressaltou.
Educação
O presidente do Fonavid acredita que os caminhos para combater essa violência estão na educação e na prevenção. Mas de acordo com ele, as decisões recentes de empresas de tecnologia, como a Meta, de aumentar a “liberdade de expressão”, teriam feito com que a frequência com a qual os discursos de ódio são propagados em redes sociais aumentasse. Para Matos, esses ataques virtuais acabam, muitas vezes, se direcionando às mulheres.
“A gente precisa de uma regulação das redes. As pessoas precisam entender que liberdade de expressão não é discurso de ódio. Quando a gente fala em discurso de ódio, há uma carga muito grande de ódio às mulheres. A educação é a maior arma contra a violência. Só a partir da prevenção a gente vai conseguir mudar essa realidade”, opinou.
Um passo importante seria a participação ativa do público masculino na luta pelos direitos das mulheres. “Precisamos apoiar essa causa, participar dos diálogos, ouvir as mulheres e possibilitar que elas cheguem a determinados espaços também. Precisamos conversar com outros homens. Tem gente que não escuta as mulheres, mas talvez escute um homem falando sobre o mesmo assunto”, afrimou.
Na opinião do presidente do Fonavid, é necessário que os homens se deconstruam e reconheçam seu papel de privilégio em relação ao tema. Ele compartilhou uma fala da professora Silvia Pimentel, uma das idealizadoras da Lei Maria da Penha, segundo a qual o feminismo é uma bandeira que deve ser abraçada pelas mulheres, mas que os homens têm de ser parceiros da causa.
Diálogo
Matos acredita que para conseguir melhorias em relação aos direitos das mulheres é preciso um diálogo harmonioso entre os Três Poderes. Nesse sentido, é importante a comunicação da Fonavid com a Câmara dos Deputados e o Senado. “Essa necessidade se intensifica pelo momento vivido no país, no qual frequentemente existem pautas discutidas nas casas legislativas que trariam retrocessos para alguns direitos das mulheres.”
Outro foco da entidade na questão de gênero é a capacitação de juízes para diferenciar as especificidades de pautas do tipo. “A capacitação dos juízes e juízas do Brasil é essencial para que a gente mude o olhar da Justiça, para que a gente fale em uma Justiça mais humanizada, que enxergue as pessoas e esteja próxima às necessidades das jurisdicionadas e dos jurisdicionados”, explicou Matos, citando como exemplo o direito de ir e vir, que apesar de comum a todos os cidadãos, é violado às mulheres com mais frequência, fazendo com que muitas tenham medo de sair à noite sozinhas, medo menos comum no público masculino.
“O legislador, muitas vezes, não prevê essa assimetria e fica para a gente, do Judiciário, analisar caso a caso. É preciso sensibilizar as pessoas para que elas tenham esse olhar diferenciado”, completou.
* Estagiário sob supervisão de Eduardo Pinho
Politica
Governo lança 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática e ganha destaque na semana global da UNESCO sobre o tema
O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, anunciou o lançamento da 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática, que aprofunda ações voltadas à promoção de habilidades críticas para acessar e analisar informações, à formação de professores e à cooperação internacional. Foto: Secom-PR
Durante Global MIL Week, em Cartagena, na Colômbia, Secom apresentou os principais resultados da política nacional de educação midiática e reforçou a cooperação com países da América Latina e com a França
Os avanços brasileiros em educação midiática estiveram em destaque na Global Media and Information Literacy Week 2025, conferência mundial da UNESCO realizada em Cartagena, na Colômbia, entre os dias 22 e 25 de outubro. A delegação brasileira apresentou as principais políticas e experiências nacionais no tema, reforçando o compromisso do país com a construção de um ecossistema informacional mais democrático, confiável e participativo.
Representando o ministro da Secom, João Brant, secretário de Políticas Digitais, participou da mesa de encerramento da conferência ao lado do Vice-ministro de Transformação Digital da Colômbia, Oscar Alexander Ballén e Tawfik Jelassi, Diretor-Geral Adjunto de Comunicação e Informação da UNESCO. No painel, Brant anunciou o lançamento da 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática, que aprofunda ações voltadas à promoção de habilidades críticas para acessar e analisar informações, à formação de professores e à cooperação internacional.
“A educação midiática é essencial para fortalecer a democracia. Quando as pessoas têm ferramentas para compreender e participar criticamente do ambiente informacional, o debate público se torna mais justo e mais plural. Essa nova Estratégia aprofunda esse compromisso do Brasil com uma sociedade que valoriza o diálogo e enfrenta a desinformação de forma coletiva.”, afirmou João Brant.
“A educação midiática é essencial para fortalecer a democracia. Quando as pessoas têm ferramentas para compreender e participar criticamente do ambiente informacional, o debate público se torna mais justo e mais plural. Essa nova Estratégia aprofunda esse compromisso do Brasil com uma sociedade que valoriza o diálogo e enfrenta a desinformação de forma coletiva”
João Brant, secretário de Políticas Digitais
ATUALIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA – Lançada em 2023 e coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), a primeira Estratégia Brasileira de Educação Midiática apresentou eixos de atuação e prioridades da política, como formação de professores, enfoque na educação básica e nas temáticas relacionadas ao uso de telas e dispositivos por crianças e adolescentes. Em sua segunda edição, a Estratégia destaca os instrumentos de implementação da política e os principais resultados alcançados, especialmente em articulação com o Ministério da Educação, tais como:
- Inserção da Educação Midiática nos editais do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), fazendo com que o tema integre, pela primeira vez, o conteúdo dos livros didáticos que chegam às escolas brasileiras;
- Primeira coleção de cursos sobre Educação Digital e Midiática, com 80 cursos disponibilizados na plataforma AVAMEC do Ministério da Educação, totalizando mais de 340.000 certificações gratuitas;
- Primeiras diretrizes nacionais do Conselho Federal de Educação sobre o uso de dispositivos digitais em ambientes escolares e a integração curricular da educação midiática, prevendo que todas as escolas do país tenham o tema nos seus currículos até 2026;
A nível internacional, a Estratégia Brasileira de Educação Midiática também oportunizou a realização de projetos com França, Dinamarca, Finlândia e países membros da Rede Latinoamericana de Cidadania Digital da UNESCO. Além disso, a temática da educação midiática compõe um dos eixos da Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas liderada pelo governo brasileiro em parceria com a Organização das Nações Unidas e UNESCO.
GLOBAL MIL WEEK 2025 – Na semana global da UNESCO em Cartagena, a Secom participou de três painéis temáticos. O primeiro apresentou iniciativas-modelo de educação midiática, com foco na inserção do tema nos currículos escolares brasileiros e na mobilização social. A mesa reuniu representantes do Instituto Palavra Aberta, da Secretaria de Comunicação de Alagoas, representada pelo secretário Wendel Palhares, da Secretaria de Educação da Bahia, e do CEIBAL, do Ministério da Educação do Uruguai, parceiro da Secom no desenvolvimento de currículos em educação midiática e cidadania digital.
Em outro painel, o Brasil apresentou, em parceria com o CLEMI (Centro para Educação Midiática da França), os resultados do projeto MídiaCOP, que qualificou professores da região Norte para a cobertura jornalística e crítica da COP30 por estudantes. O projeto inaugura um modelo inovador de formação de educadores voltado à sustentabilidade em articulação com a educação midiática.
A terceira mesa destacou a primeira Estratégia Brasileira de Educação Midiática no contexto da Rede Latino-Americana de Cidadania Digital, coordenada pela UNESCO Montevidéu. A discussão reforçou o papel do Brasil como referência regional no desenho de políticas públicas que combinam formação docente, pesquisa e participação social.
Durante o evento, Brasil e França também anunciaram a segunda fase da cooperação bilateral iniciada com o projeto MídiaCOP. A nova etapa ampliará a formação de professores em educação midiática e climática para todos os estados brasileiros, com o apoio do CLEMI e da Embaixada da França no Brasil.
“Essa parceria é um exemplo de como a cooperação internacional pode fortalecer a educação e a democracia. O diálogo entre Brasil e França, com apoio da UNESCO, mostra que enfrentar a desinformação exige redes de confiança e de conhecimento”, completou Brant.
SBEM – No contexto da Global MIL Week, o governo brasileiro realiza, desde 2023, a Semana Brasileira de Educação Midiática (SBEM). Promovida em parceria entre a Secom e o Ministério da Educação com apoio da UNESCO, a edição de 2025 da Semana tem início nesta terça-feira (28) com uma abertura presencial em Brasília e se estende até sexta-feira com atividades online e presenciais em todos os estados do Brasil, promovidas por escolas e universidades. Saiba mais sobre a Semana aqui.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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ATENDIMENTO
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