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Bia Haddad vence Cirstea e leva Brasil às oitavas em Wimbledon após 47 anos

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Bia Haddad resolveu a partida em 1h29 e escapou da interrupção do jogo: começou a chover assim que a partida acabou – (crédito: Adrian Dennis/AFP)

O país não tinha uma tenista entre as 16 melhores na grama no Grand Slam disputado na Inglaterra desde a presença da tricampeã Maria Esther Bueno nesta fase, em 1976. Vaga rende a Bia R$ 1,2 milhão

Marcos Paulo Lima

Dois mil e vinte três está definitivamente marcado na linha do tempo de Beatriz Haddad Maia como uma das melhores temporadas profissionais da carreira da paulista de 27 anos. Depois de alcançar as semifinais em Roland Garos, Bia derrotou a romena número 37 do mundo Sorana Cirstea por 2 sets a 0 na manhã deste sábado, com parciais de 6/2 e 6/2, em 1h29 de jogo, e está pela primeira vez nas oitavas de final. Foi o segundo triunfo da brasileira 13ª colocada no ranking da WTA em seis confrontos diretos.

O país não tinha representante nas oitavas de final de Wimbledon desde 1976. À época, a lenda Maria Esther Bueno, tricampeã em 1959, 1960 e 1964, alcançou justamente esta fase na última participação de alto nível em um Grand Slam. A Bailarina do Tênis tinha 36 anos e havia ficado afastada do circuito mundial no período de 1969 a 1975.

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Além de quebrar tabus, Bia Haddad reforçou a conta bancária. O triunfo contra Sorana Cirstea rendeu à tenista o prêmio em dinheiro de 207 mil libras (R$ 1,2 milhão). O reforço no caixa é fruto da melhor campanha pessoal dela no torneio inglês. Os melhores desempenhos até então eram as presenças na segunda rodada nas edições de 2017 e de 2019.

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Esportivamente, Bia Haddad conquistou 110 pontos no ranking da WTA. Tem parcialmente 2.745 e sobe temporariamente para o 12º lugar. Semifinalista na edição deste ano, em Roladn Garos, a brasileira chegou a ficar entre as 10 melhores do mundo, mas dois maus resultados na temporada de grama a derrubaram para a 13ª posição. Com isso, a meta daqui em diante é obter pelo menos mais 265 pontos para ultrapasar Krejcikova e Kasakina. Ambas foram eliminada de Wimbledon. O problema é o chaveamento.

Bia pode enfrentar nas oitavas de final justamente a atual campeã de Wimbledon. A russa Elena Rybakina duelará com a inglesa Katie Boulter. O jogo não havia começado até a conclusão desta matéria. Uma última curiosidade sobre o sucesso de Bia Haddad. A brasileira está jogando tanto que parece parar o tempo. A partida poderia ter sido interrrompida pelo mau tempo na quadra sem teto retrátil, porém ela abreviou ao resolver o confronto em 1h29. Começou a chover quando ela se preparava para deixar o cenário.

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Fonte: Correio Brasiliense

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De olho nas Olimpíadas de 2028, Mirelle Leite disputa Maratona Brasília

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Mirelle disputará a Maratona no percurso de 5km. – (crédito: Neoenergia Brasília/Divulgação)

Focada em se tornar a primeira indígena a representar o Brasil nos Jogos, a pernambucana Mirelle Leite disputará a corrida de 5km como parte do processo rumo a Los Angeles-2028

Ela tem um sonho, e um dos atalhos para realizá-lo passa pela prova de 5km da Maratona Brasília 2025, apoiada pelo Correio, no próximo dia 21, segunda-feira, na celebração do aniversário da capital. Aos 23 anos, Mirelle Leite Silva deseja utilizar as avenidas largas do percurso como parte do processo para se tornar a primeira atleta indígena a disputar os Jogos Olímpicos. Ela quase obteve o índice para integrar o Time Brasil no atletismo e competir nos 3.000m com barreira em Paris-2024. O projeto está renovado no ciclo rumo a Los Angeles-2028.

“Vou me dedicar ao máximo para estar lá. Isso vai representar um importante marco para ampliar a inclusão social dos povos originários no Brasil”, vislumbra Mirelle, em entrevista ao Correio.

Natural da reserva indígena Xucuru, no pé da Serra do Jucá, às margens do rio Ipanema, no distrito de Cimbres, município de Pesqueira, em Pernambuco, Mirelle é tricampeã sul-americana nos 3.000m com obstáculos. Em 2024, 33 segundos e 29 milésimos separaram a corredora da vaga para os Jogos de Paris-2024. O melhor tempo dela foi 9min56s29. O índice técnico estabelecido era 9min23s.

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Há muita história e amor envolvidos no sonho olímpico. Quando Mirella tinha seis meses de idade, os pais e oito filhos foram expulsos da aldeia, após um conflito indígena. Faltava dinheiro para sustentar a família. O assassinato do pai agravou as finanças. Em busca de renda, Mirella passou a ajudar a mãe, Maria José da Silva, em faxinas, até ser apresentada às corridas de rua.

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Embaixadora da Neoenergia, apoiadora da Maratona Brasília 2025, terceiro sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) e mãe apaixonada pelo filho de 7 anos, Mirelle corre pelo time do maior grupo privado do setor elétrico do país. No desafio de 5km, ela simulará o Sul-Americano de Mar del Plata, de 25 a 27 de abril.

Mirelle competirá em Brasília, turbinada por um período de treinos de alto nível na cidade de Paipa, na Colômbia. O intercâmbio durou 35 dias. A preparação especial na altitude de 2.500m serviu para aprimorar o rendimento e estabelecer novas marcas expressivas nas competições de 3.000m com obstáculos, 3.000m livre e 1.500m livre. A altitude em Brasília é menor (1.172m). Logo, o fôlego será maior. Sinal de que ela tem tudo para voar baixo na prova dos 5km pelos cartões postais da capital do país.

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O DF dá sorte a Mirelle. Ela ostenta duas conquistas no nosso quadrado, ambas em provas de 5km. “Brasília é sempre um lugar especial para mim. Estive aqui no ano passado, em duas oportunidades, e ganhei as duas provas que corri”, conta. “Sei a tradição da Maratona Brasília e espero repetir os meus resultados. Estou muito animada para essa prova”.

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Em 2024, Mirelle disputou a Pink For Life e o SBT Sport Sunset. A pernambucana competiu nos 5km e concluiu ambas em primeiro, com os tempos de 15min2s e 19min30s, respectivamente.

* Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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