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“Era luz da minha vida”, diz namorado de jornalista morta após cair de skate no DF

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Arquivo pessoal

Rafael Bertasso disse que ao perceber a demora da jornalista começou a ligar. “Era para ser uma volta rápida, mas ela não voltou”

“A Camila era luz na minha vida e na vida de quem a cercava”, afirmou o empresário Rafael Bertasso, namorado da jornalista Camila Holanda, de 29 anos, que morreu após uma queda de skate no Parque da Cidade. Ele estava próximo ao local, jogando tênis nas quadras.

“Era só para ela dar uma volta rápida, mas ela não voltou mais”, destacou o empresário. Ele contou que ao perceber a demora de Camila começou a telefonar. “Liguei algumas vezes no celular e ninguém atendia até que o Corpo de Bombeiros atendeu”, detalhou.

Naquele momento começou a agonia, enquanto andava pelas pistas do parque. Camila havia atingido um bolsão de areia, que fez com que o skate travasse as rodinhas e ela acabasse caindo de cabeça no chão. A jovem foi encaminhada ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), que é referência em traumas.

“Nosso primeiro encontro foi numa cachoeira. Fiz uma proposta pra ela: um date clichê em um sushi ou se ela não queria ir na cachoeira comigo, já que estava precisando desestressar. Levei ela pra cachoeira e pra comer pamonha”.

O passeio foi na cachoeira Indaiá, em Formosa (GO). Recentemente, os dois haviam viajado para a Chapada dos Veadeiros (GO) e, para que Rafael “lembrasse da viagem”, Camila teria dado de presente um par de meias estampadas com imagens de alienígenas.

Programas ao ar livre eram praticados com frequência pelo casal. Os dois andavam de skate juntos, segundo o namorado. “Vivia pedindo pra trazer os longboard”, relembra. “Ela era muito talentosa com esportes de equilíbrio”.

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Camila tinha dois animais de estimação, uma cachorra e uma gata. A cadela Dhara está sob os cuidados de Rafael na casa em que mora no Jardim Botânico. Já a gata, Ziva, está neste momento com os pais de Camila.

Internada

Camila ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Base por uma semana. Neste período, amigos próximos foram atualizados com boletins diários sobre o estado de saúde, transmitido pelos médicos aos pais.

Segundo relato dos familiares, os técnicos faziam tranças e penteavam o cabelo de Camila enquanto esteve em coma na unidade. “Ficamos encantados, ela era cuidada com carinho”.

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Amigos relataram que havia esperanças na melhora do quadro de Camila. “Ela seguiu estável e apresentando melhoras durante a semana”, destacou o jornalista Flávio Macedo, amigo e colega de trabalho da jovem.

Segundo ele, só no domingo (9/7) à noite houve conhecimento da gravidade da situação. “A mãe dela não enviou o boletim como estava fazendo aí fui perguntar se ela tinha notícias. Foi aí que ela enviou um áudio e informou da piora e que o quadro era irreversível”. A morte cerebral foi constatada na segunda-feira (10/7), após dois testes.

Camila era moradora do Sudoeste e concursada na Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Ela estava na assessoria de comunicação da pasta e era responsável pelo cerimonial em eventos. A jornalista foi nomeada em abril de 2021, em meio à pandemia de Covid-19. Durante esse período, lia as perguntas de jornalistas para as coletivas de imprensa que a SES fazia.

Em nota, a pasta lamentou o ocorrido. “Prestamos nossos sentimentos e solidariedade a todos os familiares e amigos de Camila neste momento tão difícil”, diz um trecho do comunicado.

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Cearense

A jornalista nasceu em Fortaleza (CE), era graduada e mestre pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Ela foi do Secretariado de Imprensa Programa Simulação da Organização das Nações Unidas (Sonu), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC). O programa publicou nota de pesar para a jornalista. “Desejamos nossas condolências e forças à família e amigos de Camila neste momento difícil.”

Familiares destacaram a inteligência e dedicação da jovem, que alcançou o segundo lugar em colocações tanto no vestibular para a universidade federal quanto no concurso para a Secretaria de Saúde.

Nordestina com orgulho, Camila não tirava do vocabulário frases como “tá frescando?” para dizer que alguém estava fazendo brincadeira com o outro e “tá toda assanhada” para se referir a cabelos despenteados. A veia cearense também era presente no dia a dia da jornalista.

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Em Brasília, ela também trabalhou como consultora de relacionamento do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

Camila tinha uma tatuagem de um pássaro virando árvore na costela. A imagem tinha o objetivo de simbolizar que estava pronta para voar, mas que também tinha raízes. Declarações de amigos e familiares destacam a imagem da menina brincalhona com “asas” e que criou raízes entre os amigos.

O corpo da jornalista será enterrado na manhã desta quarta-feira (12/7), no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. O velório está marcado para a partir das 8h, na Capela 5.

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Fonte: Metropoles
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“Redes de ódio” se espalham entre crianças e adolescentes

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Uma grande rede articulada que incitava crimes contra crianças foi desarticulada na manhã desta terça-feira (15/4) em operação da Polícia Civil do RJ – (crédito: FREEPIK)

Especialistas apontam caminhos a fim de conter a violência on-line infantojuvenil. Soluções exigem trabalho multidisciplinar

Desafios mortais, aliciamento de menores, grupos de ódio e violência extrema. Crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes se intensificam no Brasil, com dinâmicas que ocorrem em tempo real e se espalham por plataformas pouco monitoradas. Diante da lentidão do poder público em estruturar legislações e canais eficazes de denúncia, especialistas apontam medidas práticas que podem — e devem — ser adotadas por famílias, escolas e sociedade civil.

As soluções passam por envolvimento ativo dos pais, programas educacionais dentro das escolas, maior vigilância emocional e afetiva sobre os jovens, além do fortalecimento das políticas de responsabilidade das plataformas digitais. O cenário é urgente, e os especialistas são categóricos: o enfrentamento à violência virtual precisa ser coletivo, multidisciplinar e imediato.

Ela defende que as big techs devem ser responsabilizadas judicialmente, especialmente porque existem dados que evidenciam riscos para o público mais novo. “Essas plataformas são prestadoras de serviço. Aplica-se a elas o Código de Defesa do Consumidor. Portanto, não dá para dizer que elas não têm nenhuma responsabilidade. Temos também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que impõe a todos um dever de cuidado em nome do que chamamos de princípio do melhor interesse da criança”, diz.

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Frazão explica que as plataformas querem se isentar da responsabilidade, baseados “a partir de uma interpretação equivocada do artigo 19 do Marco Civil da Internet”, que exige ordem judicial prévia e específica de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedores, websites e gestores de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros.

Na mesma linha, a advogada Giovanna Pieralli, especialista em proteção de dados, destaca a importância da mediação em casa e na escola. “A família como educador primário é essencial. Crianças e adolescentes aprendem muito por repetição e por visualização. Esse modelo de uso saudável da tecnologia tem que vir do núcleo familiar”, aponta.

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Giovanna Pieralli defende o papel educativo das escolas. “É preciso promover campanhas educacionais, trazer especialistas para palestras, fomentar um ambiente seguro de escuta e oferecer canais de denúncia dentro do ambiente escolar. Educação e conscientização são medidas indispensáveis”, diz.

Segundo a pesquisadora Michelle Prado, fundadora da ONG Stop Hate Brasil, o país falha em não realizar campanhas nacionais e não emitir alertas públicos antecipados sobre tendências perigosas. Ela elaborou dezenas de relatórios, que são públicos, ressaltando a preocupação com o tema. “O desafio do desodorante, que vitimou uma menina em Brasília, circula há mais de um ano. Eu alertei diversos ministérios. O FBI emitiu comunicado sobre isso. O Brasil, não”, denuncia.

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Ela critica a ideia de que apenas uma regulamentação seria suficiente. “Só a regulamentação não é bala de prata. É preciso um conjunto de ações, que vão desde inteligência, segurança pública, educação, plataformas. É uma abordagem que precisa ser tratada como política de saúde pública”, argumenta.

Diálogo e atenção

A psicóloga Carol Freitas reforça a importância da participação ativa da família, não apenas no cotidiano escolar, mas também nas experiências digitais das crianças e adolescentes. “É importante que os pais estejam presentes na vida on-line dos filhos, participem das vivências, perguntem, criem vínculos de confiança e incentivem o senso crítico. É preciso ser próximo, conversar, brincar, fazer o papel de pai e mãe, literalmente falando. Assim, a criança poderá reconhecer quando algo está fora do normal e alertar os responsáveis”, orienta.

A especialista alerta para sinais comportamentais que podem indicar situações de risco como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, ansiedade, interesse excessivo em jogos digitais, desafios on-line ou redes sociais. “Tudo isso é sinal de alerta. Além disso, também tem a questão de sentir um medo excessivo ou um comportamento agressivo, também é um sinal de alerta de que há alguma coisa errada. Os pais e professores precisam estar atentos e alinhados”, aponta.

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A pesquisadora Lia Beatriz Torraca, pós-doutoranda no Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destaca a centralidade das relações afetivas no ambiente digital. Segundo ela, o enfrentamento passa pela construção de vínculos reais. Ela destaca o controle do uso de celular nas escolas como um avanço importante.

“A proibição do uso de celulares em sala de aula, por exemplo, ajuda as famílias no controle, pois é um primeiro passo para impor limites. Mas é preciso mais. Precisamos tirar os jovens do quarto, do isolamento, e reinseri-los no mundo afetivo. Falta aproximação, cuidado e presença real”, afirma.

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Projeto Sinais

O Núcleo de Prevenção à Violência Extrema contra Crianças e Adolescentes, vinculado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), nasceu de um caso concreto e da constatação de que a atuação analógica é a mais eficaz para prevenir a radicalização juvenil. O procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, idealizador da iniciativa, conta que a ideia surgiu em 2023, a partir de um episódio registrado no município de Frederico Westphalen.

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Embora o núcleo só tenha sido oficialmente criado em 2024, a atuação começou como projeto-piloto em agosto do ano anterior, com o nome provisório de “força-tarefa”. A ação se consolidou em resposta à necessidade urgente de monitoramento no mês de abril — considerado crítico entre as subculturas violentas por reunir datas emblemáticas de ataques, como os massacres de Columbine, Virginia Tech, Realengo e o aniversário do ditador nazista Adolf Hitler.

Desde então, o projeto ganhou dimensão estadual. Em 2023, o núcleo capacitou mais de mil profissionais, incluindo seguranças, diretores, professores e servidores da assistência social. Foram realizadas 158 ações, com o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão, sete internações psiquiátricas, seis internações de adolescentes e quatro prisões.

“Este ano já atuamos em mais de 60 eventos, cumprimos mais de oito mandados de busca e apreensão e ingressamos com duas medidas protetivas em prol de adolescentes”, informa o procurador.

Segundo Fábio Costa Pereira, apesar da crescente ameaça no ambiente virtual, o diferencial do programa tem sido justamente a aposta no contato direto com os adolescentes. “Talvez, o grande ganho do projeto é que a gente entendeu que o analógico hoje funciona muito, e até melhor que o universo digital. Nós preparamos as pessoas que têm relação de proximidade com os adolescentes para reconhecer os sinais que eles deixam no caminho da radicalização”, explica.

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O procurador defende uma abordagem simples e integrada, enfatizando a importância de oferecer alternativas ao fascínio do universo digital. “Temos a tendência, diante de um problema, de buscar soluções complexas, quando, na verdade, precisamos de respostas simples e efetivas. Uma delas é justamente essa, no mundo analógico, preparar pessoas para reconhecer aquilo que está fora do lugar”, ressaltou. Atualmente, o projeto ampliou e todo o Ministério Público do Rio Grande do Sul está envolvido no combate à violência extrema.

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Fonte: Correio Brasiliense

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