Politica
Nas entrelinhas: Aliança Nunes-Bolsonaro empurra Marta de volta ao PT

Senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) concede entrevista. – (crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)
Lula trabalha intensamente para que a ex-prefeita e ex-senadora, que rompeu em 2014 com o PT, volte ao partido e componha a chapa do deputado federal Guilherme Boulos como vice
Alguns sustentam que o mitológico Doutor Fausto realmente existiu e reaparece na política. No fim da Idade Média, esse personagem do romantismo alemão teria feito um pacto com o demônio, Mefistófeles, a quem se submeteu, em troca de conhecimento, vida eterna e amor. Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) dedicou 60 anos à composição de Fausto, sua obra-prima, um poema dramático publicado em duas partes: a primeira em 1808 e a segunda, em 1832, já postumamente.
O resumo da tragédia é o seguinte: o insatisfeito e ambicioso Henrich Fausto conhece um demônio chamado Mefistófeles e com ele faz um acordo. Vende a própria alma, a troco de ver seus desejos realizados, entre eles o amor de Gretchen, por quem se apaixona. Para alguns, o personagem teria sido inspirado em Johann Georg Faust (1480-1540), alquimista, mago e astrólogo do Renascimento alemão.
O mito de Fausto é um arquétipo da literatura, do cinema, do teatro, da música e da pintura. Com certa recorrência, aparece como paradigma na política, como agora, na eleição de São Paulo, na qual o prefeito Ricardo Nunes (MDB) concorre à reeleição e busca o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD e homem forte do Palácio dos Bandeirantes, já anunciaram apoio a Nunes. Mas Bolsonaro negaceia — quer um pacto com Nunes, que tenta remover a candidatura do deputado Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente do ex-presidente, aquele que quis “passar a boiada”.
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, anunciou seu apoio a Nunes, mas Bolsonaro ainda não se decidiu. Quer um compromisso político mais ostensivo do prefeito, que busca o apoio dos eleitores bolsonaristas, mas não quer ser identificado como tal porque o ex-presidente foi derrotado por Lula na capital paulista. Nunes teme perder os eleitores órfãos de Bruno Covas. Por essa razão, Salles permanece uma alternativa para Bolsonaro, cuja base não se sente representada por Nunes.
A aproximação entre Nunes e Bolsonaro empurra Marta Suplicy, atual secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, para fora do bloco político tecido na reeleição do tucano Bruno Covas, que faleceu precocemente, logo após as eleições de 2020. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha intensamente para que a ex-prefeita volte ao PT e componha a chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) como vice.
Avalia que Marta atrairia os eleitores de centro, consolidaria o apoio petista e compensaria a falta de experiência administrativa do seu candidato. Segundo o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), não existe resistência da legenda ao nome de Marta, embora a relação entre a ex-prefeita e o PT tenha sido tensa em muitos momentos.
Ruptura com Dilma
O próprio Lula foi protagonista de alguns desses desencontros. Eleita prefeita de São Paulo, em 2000, Marta foi um esteio da eleição de Lula à Presidência, em 2002. Mas não teve o apoio que esperava do petista na reeleição, em 2004, quando foi derrotada pelo tucano José Serra.
Em 2008, disputou novamente a prefeitura, com apoio de Lula, e perdeu para o então tucano Kassab. Eleita senadora em 2010, de novo tentou ser candidata à administração de São Paulo, em 2012, mas foi convencida por Lula a ceder a vaga para o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se elegeu.
A ruptura com o PT ocorreu na reeleição de Dilma Rousseff, de quem era ministra da Cultura, em 2014. Marta liderou o movimento pela volta de Lula ao Palácio do Planalto, nas eleições daquele ano, mas as articulações não prosperaram.
Na convenção petista, quando muitos esperavam que Lula anunciasse a intenção de voltar ao poder, a ex-presidente da República se antecipou e se declarou candidata à reeleição. Ele aceitou e a situação de Marta na Esplanada tornou-se insustentável.
Marta retornou ao Senado e desfiliou-se do PT, em abril de 2014. A ex-prefeita optou pela filiação ao PMDB, para concorrer à Prefeitura, mas foi derrotada por João Doria (PSDB), em 2016. Nunca mais quis disputar eleições.
Entretanto, em 2020, apoiou a reeleição de Bruno Covas, numa “frente ampla” contra Bolsonaro, sendo convidada para ser secretária de Relações Internacionais, cargo no qual foi mantida por Nunes, quando assumiu a prefeitura.
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População deve se atentar às regras para circulação em patinetes

Detran-DF destaca cuidados a serem tomados por quem se locomove nesses equipamentos a fim de evitar sinistros
Zélia Ferreira
(Brasília – 13/2/2025) – Com o objetivo de garantir mais segurança viária, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal divulga algumas regras para o uso de patinetes. A circulação nesse e em outros equipamentos individuais de mobilidade é regulamentada pela Resolução nº 996/2023, do Conselho Nacional de Trânsito. É importante que os usuários estejam atentos às normas, a fim de garantir mais segurança para si e aos demais usuários das vias, evitando sinistros.
Os equipamentos de mobilidade individual, inclusive os patinetes, devem circular nas áreas de circulação de pedestres – calçadas e passeios – a uma velocidade máxima de 6km/h; em ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, de acordo com a velocidade definida pelo órgão de trânsito; e nas vias locais e coletoras, cuja velocidade máxima regulamentada seja de até 40km/h.
Ao circular em vias locais e coletoras, os patinetes devem seguir as mesmas normas para o trânsito de bicicletas: nos bordos laterais da pista de rolamento e no mesmo sentido de circulação dos veículos automotores. Além disso, os patinetes são definidos como equipamentos de mobilidade individual autopropelidos e, portanto, deve transportar apenas um indivíduo em sua estrutura, não sendo permitido o transporte de passageiro.
Proibido circular
Por exclusão aos locais onde a circulação de patinetes e demais equipamentos de mobilidade individual é permitida, de acordo com o artigo 9º da Resolução 996/2023 – Contran, deve-se atentar para os locais onde eles não podem transitar: nas faixas de rolamentos das vias urbanas arteriais e de trânsito rápido, nem nas faixas de rolamento das vias rurais – rodovias e estradas, já que essas vias possuem velocidade maior que 40km/h.
Equipamentos obrigatórios
Como os patinetes não são considerados veículos, a legislação de trânsito não obriga o uso do capacete e demais equipamentos de segurança. No entanto, para garantir mais segurança aos condutores desses equipamentos, recomenda-se a utilização de vestuário adequado e capacete ciclístico nas mesmas condições dos materiais utilizados pelos ciclistas.
De acordo com o artigo 3º da Resolução nº 996/2023 – Contran, os equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, para circularem, devem ser dotados de: indicador e/ou dispositivo limitador eletrônico de velocidade; campainha; e sinalização noturna, dianteira, traseira e lateral, incorporadas ao equipamento.
Fonte: Ascom Detran
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