Politica
Saiba mais sobre o alistamento militar feminino em 2025

Mulheres de todo o país que completam a maioridade neste ano podem se voluntariar para o Exército, a Marinha e a Aeronáutica pela primeira vez no Brasil. Com inscrições até 30 de junho, serviço será temporário, com treinamento idêntico ao dos homens

De forma inédita no Brasil, as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) estão com inscrições abertas para alistamento militar feminino voluntário até 30 de junho. Vale destacar que o serviço é temporário e, caso as candidatas desejem seguir carreira militar, devem fazer concurso público. No voluntariado, após serem desligadas das atividades, elas não adquirão estabilidade e irão compor a reserva não remunerada das Forças Armadas. Segundo o Ministério da Defesa, houve mais de 18 mil inscrições até a última segunda-feira (13/1).
O ingresso no serviço militar ocorre de duas formas: alistamento, aos 18 anos, ou concurso. No primeiro caso, tanto para homens quanto para mulheres, a duração é de um ano, com possibilidade de prorrogação por até sete, desde que não ultrapasse 96 meses (oito anos). Com isso, os selecionados não fazem parte do quadro efetivo das Forças Armadas. O segundo caso é destinado aos que buscam seguir carreira militar, realizando cursos de formação em escolas preparatórias das instituições. Para entrar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), por exemplo, a idade mínima no ano da matrícula é 17 anos, e a máxima, 22.
Testes adequados
De acordo com a Diretoria do Serviço Militar, responsável pelo alistamento feminino, as mulheres, após incorporadas, receberão “o mesmo treinamento dos homens, desempenhando funções idênticas às deles”. O setor não detalhou como será a adaptação às particularidades femininas, considerando, por exemplo, o período menstrual, mas ressaltou que, “sempre que necessário, como os homens, (elas) terão acompanhamento médico.”
Para a psicóloga e professora universitária Aldenira Cavalcante, é importante levar essas condições em consideração para que as mulheres não fiquem em desvantagem em relação aos homens, podendo se desenvolver tanto quanto eles. “Tradicionalmente, as mulheres militares são submetidas a treinamentos voltados para medir as capacidades masculinas, então é preciso valorizar atribuições físicas femininas nas quais elas se sobreponham”, defende.
Para a especialista, “as mulheres podem atingir níveis físicos semelhantes aos dos homens de mesma estatura, desde que submetidas aos testes adequados”. Isso também contribui para o combate ao preconceito, mostrando que elas são capazes de atuar nas Forças Armadas e crescer profissionalmente no serviço militar da mesma forma que os homens.
A cientista social Ana Penido, autora do livro Como se faz um militar? (editora Unesp, 256 páginas), complementa que a questão da força física, muitas vezes, é utilizada para desestimular as mulheres a seguir em carreira. “Existe um discurso de que elas não são fortes o suficiente, mas, na verdade, essa lógica da força física é muito relativa, depende do treinamento, do preparo físico e do próprio biotipo”. Penido também entende que as exigências da guerra, hoje, “são muito mais ligadas à tecnologia do que, necessariamente, à capacidade de carregar uma mochila por muitos quilômetros debaixo do sol.”
Em quaisquer casos de violência por parte de integrantes das Forças Armadas, como assédio moral, sexual e importunação, no exercício da função ou em local sob a administração militar, mulheres, civis ou militares, devem procurar a Ouvidoria das Mulheres do Ministério Público Militar (MPM), por meio do site www.mpm.mp.br/ouvidoria-das-mulheres. Também será disponibilizado o telefone das seções de assistência social das regiões militares ou guarnições para recebimento de denúncias de assédio.
Contribuições
Além da maior participação feminina no mercado de trabalho e a chance de aprendizagem profissional no serviço militar, as voluntárias terão acesso a uma prática essencial à saúde: atividade física. Outro benefício pode ser o desenvolvimento de habilidades, como paciência, liderança e disciplina, aprendendo a lidar e gerir o estresse.
“É possível identificar situações e posições nas quais as mulheres são submetidas a altos níveis de tensão e lidam bem com a situação”, diz Aldenira. Para ela, o alistamento feminino também pode contribuir positivamente com a renda familiar e pavimentar caminhos para o empoderamento feminino.
Igualdade de gênero
Geovana Monteiro Gonçalves, 17 anos, alistou-se para o Exército brasileiro assim que as inscrições foram abertas. Ela conta que essa vontade veio de sua família, na qual há várias pessoas do meio militar. Logo, a convivência fez com que ela se apaixonasse e criasse o desejo de seguir o mesmo caminho. Para ela, poder se alistar mostra que “o lugar das mulheres é onde elas quiserem.”
A estudante, que sonha em seguir carreira como combatente, acredita que ter a oportunidade de trabalhar na área desde cedo é um passo em direção ao seu objetivo: “Sei que não será um trajeto fácil, mas minhas expectativas são de que, com esforço e dedicação, dará tudo certo.”
A psicóloga Aldenira acredita que o alistamento feminino voluntário é um avanço para a igualdade de gênero, uma vez que trabalhos ligados à força costumam ser associados aos homens e que, por outro lado, as mulheres são constantemente identificadas em papéis de cuidado. Como a medida é novidade, a especialista acredita que o processo terá ajustes com o tempo, visando ao aperfeiçoamento.
“Pensando que nossa maioria feminina são chefes de família, trabalham em subempregos, principalmente, nessa faixa etária após o término do ensino médio, é um marco histórico. A mulher se destacará como executora da força e da eficiência, antes atribuída apenas aos homens. E sabemos que a representatividade feminina pode tornar os espaços mais democráticos e mais humanizados”, pontua Aldenira.
Na visão da autora Ana Penido, porém, a inclusão das mulheres no alistamento não necessariamente leva à igualdade, considerando o caráter temporário do serviço. “A participação feminina na defesa é fundamental, mas a questão é onde elas poderão entrar. É preciso que haja possibilidades de ascensão na carreira até o topo, sem obstáculos”, frisa.
Detalhes da seleção
Ao todo, serão 1.465 vagas em 28 municípios e no Distrito Federal para mulheres que completam 18 anos em 2025, nos postos de soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta (Marinha). As candidatas poderão escolher a instituição que desejam integrar, observando a necessidade das organizações. As inscrições podem ser feitas pelo site (https://alistamento.eb.mil.br/) ou nas juntas militares.
Confira o resumo
Inscrições: até 30 de junho pelo site https://alistamento.eb.mil.br/ ou nas juntas militares.
Duração: 12 meses, com início em 2026. Prorrogável por até sete anos.
Cargos: soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta (Marinha).
Remuneração: as voluntárias recebem um salário mínimo, além de benefícios, como alimentação e alojamento.
Perfil: mulheres que completam 18 anos em 2025, com estatura mínima de 1,55m.
Etapas:
» Alistamento: inscrição;
» Seleção geral: exames médicos e físicos, testes de conhecimentos gerais e psicológicos, entrevista;
» Seleção complementar: na organização militar em que foi designada;
» Incorporação: convocação para integrar as Forças Armadas.
*Estagiária sob a supervisão de Marina Rodrigues
Saiba Mais
Veja o resumo
Inscrições
Até 30 de junho pelo site https://alistamento.eb.mil.br/ ou nas juntas militares
Duração
12 meses, com início em 2026. Prorrogável por até sete anos.
Cargos
Soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta (Marinha).
Remuneração
As voluntárias recebem um salário mínimo, além de benefícios, como alimentação e alojamento.
Perfil
Mulheres que completam
18 anos em 2025, com
estatura mínima de 1,55m
Etapas
» Alistamento: inscrição
» Seleção geral: exames médicos e físicos, testes de conhecimentos gerais e psicológicos, entrevista
» Seleção complementar: na organização militar em que foi designada
» Incorporação: convocação para integrar as Forças Armadas

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Fonte: Ascom Adasa
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