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No Orgulho LGBTQIAPN+, saiba quem são as cores invisíveis do arco-íris

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(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Pessoas LGBTQIAPN+ com mais de 60 anos relatam dificuldades para acesso às políticas públicas e reivindicam ações direcionadas para a faixa etária, especialmente para a parcela que se identifica como trans ou travesti

Ariadne Poles*

Junho é, em nível internacional, o mês do orgulho LGBTQIAPN+. A sigla com tantas letras pode causar estranheza, mas representa uma comunidade diversa, ampla em conceitos e necessidades. Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexo, assexuais, pansexuais, não-bináries, entre outros, utilizam o período para cravar resistência e também ressaltar a importância dos debates e da manutenção de políticas de diversidade e de inclusão. Especialmente quando, dentro dessa comunidade diversa, minorias se colocam com um pedido de socorro.

Se tantas questões envolvendo o preconceito da sociedade já se mostram árduas para os jovens que estão chegando agora, para os idosos, a estrada foi e continua dolorida. Keyte Marrone, mulher trans, de 60 anos, nascida e criada no Distrito Federal, aponta problemas estruturais quando se fala em apoio por meio de políticas públicas.

“Temos o Creas da Diversidade, assim como o Ambulatório Trans, mas ambos dão muito espaço para pessoas mais jovens e acabam se esquecendo dos idosos. Não existem políticas públicas específicas para nós”, disse a diarista, que necessita tirar alguns caroços no peito, que apareceram por conta de silicone industrial que implantou nos próprios seios. “Na época, não tinha essa facilidade, essa disponibilidade de se colocar hormônios como se tem hoje. E eles priorizam os mais jovens e esquecem que têm as idosas trans”, desabafa, citando-se como parte das “cores invisíveis do arco-íris”.

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Atualmente, Keyte é assistida por duas organizações da sociedade civil do Distrito Federal voltadas ao público LGBTQIAPN+. A primeira delas é a Casa Rosa, que foi criada em 2019 e fica em Sobradinho I. O fundador, Marcos Tavares, 57, concorda que as políticas públicas de acolhimento para idosos no DF é escassa. “É um problema da sociedade, essas pessoas se sentem envergonhadas, muitas vezes se sentem desamparadas, e nem sempre temos como acolhe-las porque faltam recursos de nós mesmos, e sobrevivemos de doações”, lamenta.

LGBTQIAPN  que tenham acima de 60 anos podem contar com o coletivo Tulipas do Cerrado para assistências diversas
LGBTQIAPN que tenham acima de 60 anos podem contar com o coletivo Tulipas do Cerrado para assistências diversas(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Assistência

A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) criou, em 2017, o Centro de Referência em Atendimento Especializado (Creas) da Diversidade, que fica na 614 sul. De acordo com o gerente, Felipe Queiroz da Silva, 37, o espaço é, de fato, mais frequentado por pessoas LGBTQIAPN+ mais jovens, e atualmente, desde sua fundação, só atendeu de fato, uma pessoa idosa. “A ideia, porém, é oferecer um atendimento de qualidade especializado para todos”, reiterou.

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De acordo com informações da Sedes, são realizados atendimentos psicológicos, grupos terapêuticos para os usuários do serviço e grupo de família. “A demanda de pacientes idosos é baixa em relação aos jovens adultos, mas todos os pacientes são acompanhados pela equipe multidisciplinar de forma singular, baseado no Projeto Terapêutico Singular construído junto com o paciente na sua admissão e ao longo dos acompanhamentos”, explica a a pasta.

Por sua vez, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) instituiu o Ambulatório de Diversidade de Gênero, mais conhecido como Ambulatório Trans, que faz parte da Atenção Secundária Especializada. A unidade fica localizada na Asa Sul (508/509 sul), e atende pacientes acima de 18 anos, no seu processo transexualizador, desde agosto de 2017. “Entendemos que a saúde da população trans é para além do processo transexualizador e os pacientes são sempre direcionamos para rede de saúde em outras necessidades do paciente”, respondeu o órgão, em nota.

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Para Juma Santos, 60, porém, o atendimento oferecido pelo Estado não é tão inclusivo quanto parece. “Se é difícil para nós, imagina como é difícil para uma pessoa gay, lésbica, ou trans. Muitas vezes, é preciso criar personagens, enredos, fingir quem são, para receber o atendimento mínimo em um hospital, ou em um ambulatório psiquiátrico, porque não conseguem”, observa ela, que é uma mulher cisgênero e atua diretamente com a letra T da comunidade.

De acordo com Juma, para obter qualquer atendimento que seja, a população trans precisa ou estar em um “status de pecadora, ou de criminosa, ou de usuária de drogas”. “Para que entidades religiosas ‘tenham pena’ e acolham, de modo hipócrita, ou têm que estar em um local de ‘ratos de laboratório’ para a instituições de pesquisas, e universidades, para teses de mestrados, para objeto de pesquisa, mas, na prática, somente mostram as realidades, mas não nos ajudam”, ela denuncia.

Juma é coordenadora de outra organização que oferece, no DF, acolhimento direto e indireto em âmbito de redução de danos para trabalhadores sexuais e pessoas LGBTQIAPN+. A Tulipas do Cerrado, que existe há 25 anos, é um coletivo que leva informações através de palestras, distribuição de preservativos, cartilhas e reuniões informais esporádicas. “A maioria das pessoas que frequentam o espaço, sejam como assistidas diretas ou como ouvintes e apoiadoras, são pessoas idosas”, ela detalha, destacando o quanto esse público necessita de atenção.

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Justiça

Em âmbito jurídico, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP), disse, em nota, que não possui dados sobre o recorte específico que trata de idosos LGBTQIAPN+, mas reiterou a importância do incentivo às denúncias e, principalmente de se procurar delegacias especializadas, como por exemplo, a Delegacia Especial de Repressão dos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou Com Deficiência (Decrin).

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O Código Penal Brasileiro (CPB), entretanto, prevê pena mais rigorosa para os crimes cometidos contra pessoas idosas (Art. 60, II, “h). Além disso, o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/23) traz um rol específico de delitos cometidos contra pessoas com idade igual ou superior a 60 anos e respectivas penalidades.

Os crimes que têm como motivação a LGBTFobia foram equiparados aos raciais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), desde junho de 2019, aplicando-se as mesmas penas para os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, definidos na Lei do Racismo (Lei nº 7.716/1989).

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Já a Secretaria de Justiça do Distrito Federal (Sejus-DF) informa que há a Central Judicial do Idoso, que é um serviço interdisciplinar destinado à pessoa idosa do Distrito Federal que tenha seus direitos ameaçados ou violados e que necessite de orientação e atendimento na esfera judicial e tem como principais objetivos: garantir a efetiva aplicação do Estatuto do Idoso, prover a comunidade do DF de informações, promover a articulação com instituições para atendimento das demandas existentes e assessorar autoridades competentes.

O serviço surgiu em 2007 de um convênio firmado entre o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e Termos de Cooperação Técnica com a Defensoria Pública do Distrito Federal, Defensoria Pública da União e a Polícia Civil do Distrito Federal. O trabalho é feito por profissionais capacitados para atender as demandas que lhe forem apresentadas. Porém, um Estatuto que ampare, especificamente, idosos LGBTQIAPN+ ainda não existe.

*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti

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Telefones úteis:

Creas da Diversidade de Gênero

SGAS 614, Asa Sul — (61) 3773-7498

Decrim SPO — (61) 3207-5180

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Ambulatório de Diversidade de Gênero – Ambulatório Trans

EQS 508/509, Asa Sul  (61) 3242-3559

Polícia Militar – 190

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Polícia Civil – 197

Central de Atendimento à Mulher 180.

Fonte: Correio Brasiliense

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Sanutrin agora atende três das maiores escolas bilíngues de São Paulo

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Com expansão, empresa passa a servir refeições com sabor e qualidade para mais de 30 mil estudantes diariamente 

A Sanutrin iniciou, neste mês de agosto, operações em três das maiores escolas bilíngues de São Paulo: Brazilian International School (BIS), em Indianópolis; Graded School – The American School of São Paulo, no Morumbi, e o Colégio Aurum, em Jundiaí.

Com a expansão, a empresa passa a atender diariamente mais de 30 mil estudantes, oferecendo refeições nutritivas aliadas à educação alimentar. Segundo a Diretora de Novos Negócios da Sanutrin, Ryung Hee Cho, a chegada da proposta transforma a rotina das instituições, envolvendo, ainda, toda a comunidade escolar. “Não se trata apenas de entregar refeições, mas de formar hábitos saudáveis desde a educação infantil. Criamos espaços e atividades convidativas que tornam a alimentação uma experiência positiva e educativa, com cada detalhe pensado para despertar interesse e incentivar escolhas saudáveis”, explica destacando que a empresa soma mais de 18 anos.

No processo de implantação do modelo nessas novas escolas, há mudanças na rotina, como almoços temáticos, alterações no visual e na decoração do restaurante, cardápios típicos em datas especiais e atenção à acessibilidade no atendimento, como a compra de lanches na cantina através do reconhecimento facial, além do atendimento às restrições alimentares. Há também um cronograma de aulas e palestras, incluindo o “Sanutrin Experience”, um encontro com as famílias para apresentar o perfil do serviço e proporcionar vivências práticas, além de bate-papos sobre os desafios na alimentação escolar.

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Pesquisas recentes apontam que práticas de alimentação saudável contribuem para a formação de hábitos positivos desde cedo, impactando diretamente no desempenho e bem-estar dos estudantes. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que a escolha de alimentos mais nutritivos favorece o desenvolvimento cognitivo e aumenta a concentração em sala de aula.

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Em vista disso, hoje, mais de 40 escolas são atendidas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde são oferecidas cerca de 180 mil refeições mensais. O foco está em instituições de período integral, onde a alimentação de qualidade faz parte do cotidiano. Para isso, a atuação tem como base pilares que passam pela qualidade e segurança dos alimentos, soluções inovadoras e customizadas, atendimento individualizado e educação voltada à nutrição e sustentabilidade, fatores que influenciam a decisão das famílias na escolha da matrícula.

Em todo o processo, há uma seleção rigorosa de ingredientes e fornecedores. A estrutura de armazenamento e transporte é adequada e a equipe passa por capacitação periódica. Os espaços de alimentação são planejados, com conceito de restaurante moderno, cores atrativas e mobiliário adequado à faixa etária dos estudantes. Elementos que dialogam com a cultura e a essência de cada escola reforçam a experiência lúdica, enquanto os alimentos são apresentados de forma criativa, estimulando a autonomia alimentar e o aprendizado. Muitos dos pratos servidos são criações do renomado chef  Felipe Bronze.

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A expansão da rede integra a estratégia de crescimento da empresa, que reformulou a marca nos últimos anos e ampliou seu alcance para outros estados. Ryung comenta que a chegada às novas instituições superou as expectativas, evidenciando que a educação alimentar tem ganhado espaço nas prioridades pedagógicas. “O início dos trabalhos nessas escolas reforça que nosso modelo é eficaz e desejado. Estamos ajudando a construir uma cultura alimentar positiva, que vai além da sala de aula, isso inclusive é um dos nossos valores”, conclui.

Ryung Hee Cho – Diretora de Novos Negócios da Sanutrin

Nutricionista e pós-graduada em vigilância sanitária, é Diretora de Novos Negócios da Sanutrin. Atua com alimentação escolar há mais de 20 anos, em funções gerenciais e executivas em escolas de referência nacional. Focada na excelência, alia a liderança humanizada à uma visão aprofundada em negócios.

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Sobre a Sanutrin

A Sanutrin é especializada em refeições para estudantes, promovendo hábitos alimentares saudáveis e escolhas conscientes desde a infância, e está presente hoje em mais de 40 escolas de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Sua atuação se baseia nos pilares da qualidade e segurança dos alimentos, soluções inovadoras e customizadas, atendimento individualizado e acolhedor e educação alimentar e sustentabilidade.

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