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Saúde

O Cerrado brasileiro pede socorro

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Enquanto os alertas de desmatamento dos quatro primeiros meses de 2023 trazem uma tendência mais positiva para a Amazônia (38% de redução em relação ao mesmo período de 2022), os dados para o Cerrado preocupam. Entre  janeiro e abril deste ano, 2.133 km² do bioma já foram perdidos, um aumento de 17% em relação a 2022. O acumulado é 48% maior do que a média histórica.

Em um bioma que possui cerca da metade de sua cobertura nativa, as perdas recentes reduzem ainda mais a conectividade da paisagem e, consequentemente, comprometem a disponibilidade de habitat natural para as espécies nativas.

O que restou no Cerrado encontra-se bastante fragmentado e, em muitos casos, degradado pela ação intensa do homem, com a criação de gado, incêndios e a invasão de espécies exóticas, entre outros.

O bioma é a savana com maior biodiversidade do planeta, mas também um dos mais ameaçados. Nos últimos dez anos, perdeu 6 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo que cerca da metade disso (3,2 milhões de hectares) ocorreu na região conhecida como “Matopiba”, que inclui partes dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

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De 1985 até 2020, as áreas usadas pela agricultura cresceram cinco vezes (460,7%) no bioma, com uma expansão de 21,6 milhões de hectares. Enquanto isso, as pastagens avançaram sobre outros 8,7 milhões de hectares no mesmo período, um aumento de 22,7%. Ao todo, a área usada pela agropecuária cresceu 26,2 milhões de hectares nos últimos 36 anos.

O impacto dessa conversão na biodiversidade do Cerrado é enorme. Grande parte das espécies ameaçadas ou endêmicas já perderam uma parcela significativa (entre 30 e 70%) de sua área de ocorrência original. Com um sistema de áreas protegidas limitado, apenas cerca de 20% da distribuição de 337 vertebrados endêmicos está protegida.

Um exemplo é o lagarto sem pernas (Bachia oxyrhina). Endêmico do Jalapão e descrito pela ciência somente em 2018, viu o corte raso dobrar entre 2014 e 2019 em sua área de distribuição. Mesmo espécies conhecidas como “bandeiras” não escapam do impacto. É o caso do tatu-canastra (Priodontes maximus) e do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), que tiveram mais da metade de seu habitat perdido.

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O impacto generalizado sobre as espécies é um alerta. Quando várias espécies perdem a maior parte das áreas de ocorrência, significa que partes importantes dos ecossistemas estão desaparecendo, além dos serviços ambientais como a manutenção e regulação da disponibilidade de recursos hídricos.

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A conservação dos remanescentes do Cerrado depende da consolidação de um sistema diverso de áreas protegidas que incluem não só as unidades de conservação e terras indígenas existentes, mas também a ampliação da conservação em áreas privadas e o reconhecimento de territórios ocupados por comunidades tradicionais.

Aliás, a existência das comunidades tradicionais e das terras indígenas nessa região é o que tem ajudado a conservar ainda uma parte do bioma. Estima-se, segundo o levantamento “Perfil do Ecossistema: Hotspot de Biodiversidade do Cerrado”, conduzido pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Conservação Internacional, entre outros parceiros, que 25 milhões de pessoas estejam envolvidas na agricultura familiar em assentamentos agrícolas e comunidades tradicionais de vários tipos.

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São pelo menos 95 terras indígenas e 44 territórios quilombolas que cobrem aproximadamente 5% do bioma. Um número muito maior de territórios de comunidades tradicionais, incluindo quilombolas, no entanto, ainda não possuem delimitação legal de seus territórios e também são vulneráveis aos impactos da expansão agropecuária.

Os povos tradicionais do Cerrado, como geraizeiros, vazanteiros, ribeirinhos, entre outros, protegem o bioma, colhendo seus frutos e conservando assim o Cerrado em pé. É importante reconhecer que os meios de vida destas populações contribui com a conservação do bioma, por meio do manejo da paisagem, do uso sustentável dos recursos naturais e dos sistemas agrícolas tradicionais.

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Muito tem se falado sobre o alcance do desmatamento zero na Amazônia – mas também é necessário e ainda mais urgente estender essa implementação para a proteção do Cerrado.

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O bioma é um hotspot de biodiversidade vulnerável. Por isso, é extremamente preocupante que a mais rica savana tropical do mundo, tenha visto as oportunidades para conservar suas grandes áreas contíguas diminuírem significativamente nestes últimos 35 anos, dificultando a representação das principais espécies endêmicas. A última criação de unidade de conservação federal no bioma Cerrado ocorreu há 14 anos.

Os pedidos de socorro da floresta amazônica ressoam pelo mundo, enquanto os do Cerrado permanecem recebendo pouca atenção e visibilidade. Mas, é essencial pensar na restauração desse habitat como uma atividade-chave para promover a conectividade entre áreas prioritárias menores, preservando espécies que só existem na região e são responsáveis pelo equilíbrio ambiental.

Afinal, aproximadamente 5% de todas as espécies do mundo e 30% da biodiversidade do Brasil estão nesse bioma. O risco de extinção representa ameaça ao clima e à produção de alimentos, mas também à subsistência dos povos e das comunidades tradicionais.

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Como não prestar atenção a um bioma que equivale à soma da área total da Espanha, França, Alemanha, Itália e Reino Unido e corresponde a pouco mais de 23% do território brasleiro?

Sem planejamento socioambiental, a produção intensiva que avança sobre o bioma desloca comunidades tradicionais de seus territórios, compromete a capacidade do solo em absorver a água das chuvas, comprometendo nascentes e cursos d’água, com reflexos ainda pouco claros para o equilíbrio dos demais biomas brasileiros.

O Cerrado grita agora com a urgência de quem detém nascentes que contribuem com 8 das 12 principais bacias hidrográficas do país, mas que míngua sem atenção ou recursos suficientes que possam socorrê-lo na sua pior fase de agonia.

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Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/

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Saúde

A luta contra o alcoolismo ganha força no horário nobre da TV com “Vale Tudo”

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Ana café, especialista em dependência química, alerta sobre os riscos da doença que mata 1 pessoa a cada 5 minutos

Créditos: Reprodução / TV Globo

A novela Vale Tudo traz à tona, no horário de maior audiência da TV aberta, um tema urgente e relevante: o alcoolismo. Com uma audiência apaixonada e atenta, a trama aborda esse grave problema, que, de acordo com um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), causa a morte de uma pessoa a cada cinco minutos no Brasil.

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A atriz Paola de Oliveira vive na trama a personagem Heleninha, uma mulher que representa uma realidade que milhares de famílias acompanham de perto e conhecem as consequências que o álcool e outras dependências químicas trazem.

Para dar vida à sua personagem, Paola se comprometeu a entender a fundo a luta dos dependentes do álcool, frequentando reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA) e mergulhando na realidade daqueles que enfrentam essa batalha diariamente. “O AA tem se mostrado uma das abordagens mais bem-sucedidas no tratamento do alcoolismo, oferecendo suporte contínuo e uma comunidade de apoio para aqueles que desejam se recuperar”, afirma a psicóloga Ana Café, especialista na prevenção e tratamento das dependências e fundadora do Núcleo Integrado de Psicologia e Psiquiatria.

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Ana Café ressalta que, embora não existam evidências científicas que comprovem uma predisposição genética ao alcoolismo, é comum observar casos familiares da doença. “O alcoolismo muitas vezes surge como uma tentativa de preencher um vazio interno, evoluindo de uma fonte de prazer para uma condição de sofrimento”, explica Ana.

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A profissional destaca ainda a importância de reconhecer os sinais precoces da dependência alcoólica, como o desenvolvimento de tolerância, em que a pessoa precisa de doses cada vez maiores para sentir os mesmos efeitos. Além disso, ela alerta que o alcoolismo não se limita ao consumo diário; episódios de abuso ocasional também podem ser indícios de problemas mais profundos.

Ana Café também aborda os impactos negativos do alcoolismo na vida pessoal e social dos indivíduos, como problemas de relacionamento, acidentes de trânsito e dificuldades profissionais. “Muitos dependentes não reconhecem o impacto nocivo do álcool em suas vidas, o que enfatiza a necessidade de conscientização e apoio.” 

Caminhos para a Recuperação

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Ana Café explica que o maior desafio na recuperação do dependente não é apenas retirar a droga, mas criar ferramentas para que ele não queira usá-la novamente. Ela reforça a importância de buscar ajuda ao perceber os sinais de dependência:

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“A recuperação é possível com o suporte adequado e o compromisso pessoal”, finaliza.

Sobre Ana Café

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Psicóloga Clínica.
Especializada em Psicoterapia Breve.
Consultora em Programas de Qualidade de Vida e Saúde Mental para Empresas
Palestrante com foco nos problemas relacionados à saúde mental de crianças e adolescentes em escolas.
Diretora Clínica do Espaço Village Clínica de Internação.
CEO da Ana Café Núcleo de Psicologia e Psiquiatria.

Site: https://construirser.com.br/

Instagram: https://www.instagram.com/construir.ser/ 

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