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Número de mortes por intervenção da PMDF bate recorde histórico no ano

Publicado em

Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Em 2023, ocorrências de mortes por intervenção da PMDF batem recorde histórico, com número 10 vezes maior do que em 2018

O número de mortes por intervenção da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) bateu recorde histórico em 2023, mesmo antes de o ano acabar. Neste ano, a Polícia Civil do DF (PCDF) registrou 20 ocorrências de “morte por intervenção de agente do Estado”, com vítimas de policiais militares. O índice apurado é o maior desde 2018 e corresponde a 10 vezes mais do que o consolidado naquele ano. A PMDF afirma que investiga “de forma rigorosa tais casos” e “o incremento dos números se deve ao maior enfrentamento contra organizações criminosas” (veja a nota completa abaixo).

As estatísticas são da PCDF, foram levantadas pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação e referem-se ao período entre o ano de 2018 e 31 de outubro de 2023. O consolidado deste ano, porém, será ainda maior. Na última sexta-feira (22/12), um homem foi morto com dois tiros disparados por um policial militar, em Taguatinga Norte, durante abordagem em prostíbulo.

Segundo a corporação, o suspeito estaria armado com um pedaço de madeira com pregos fixados na ponta e teria reagido à chegada da PMDF. Casos como esse são investigados pela Polícia Civil, que apura possíveis responsabilidades. O aumento dos números dessas ocorrências nos últimos seis anos impressiona.

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Lesões corporais

Muitos casos de possíveis violências da PMDF são investigados pela própria corporação, que julga se seus policiais praticaram ou não abuso de autoridade. Como não há, no Departamento de Controle e Correição da Polícia Militar do DF, uma ferramenta de consulta pública sobre essas investigações, os dados poucas vezes chegam ao conhecimento da população.

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Por isso, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), presidida pelo deputado Fábio Felix (PSol), enviou uma série de requerimentos com pedidos de informações à PMDF. Em um deles, o colegiado questionou sobre as denúncias de violência policial.

Procurada, a PMDF respondeu que apura de forma rigorosa os casos que resultaram em morte. A corporação ainda alegou que adota um protocolo de investigação detalhado e, como medida de cautela, afasta militares quando há envolvimento em ocorrências que resultaram em fatalidades.

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Veja a nota completa:

“A Polícia Militar do Distrito Federal esclarece o seguinte:

1. Tratamento dos casos: a Corporação registrou esses casos de mortes resultantes de intervenções de agentes do estado e providenciou a instauração de inquéritos para investigar de forma rigorosa tais casos.
2. Procedimento em caso de morte em abordagem: a PMDF adota um protocolo de investigação detalhado sempre que ocorre uma morte em uma abordagem policial. Esses procedimentos incluem a análise individual de cada caso para determinar as circunstâncias e eventual indiciamento de policiais.
3. Afastamento de policiais: atualmente, oito policiais militares estão afastados, como medida de cautela, devido a envolvimento em ocorrências que resultaram em fatalidades. É importante salientar que a existência de inquéritos em andamento evidencia o compromisso da Polícia Militar do Distrito Federal em realizar investigações ativas e minuciosas sobre esses incidentes.
4. ⁠Aumento de confrontos: o incremento dos números se deve ao maior enfrentamento que vem existindo contra organizações criminosas e seu combate.
5. ⁠Redução do número de homicídios no DF: um dado importante que convém ser exposto é o de redução do número de homicídios no DF. Temos o menor índice dos últimos 47 anos e ainda a probabilidade de fecharmos o ano abaixo do recomendado pela ONU. Fruto da atuação constante da PMDF, do aprimoramento dos estudos sobre as áreas de atuação, do suporte da inteligência e do combate a ações criminosas violentas.

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Reforçamos o compromisso institucional de bem servir à sociedade”.

Ano de prisões

O ofício com dados de supostas lesões ou abusos, enviado para a Comissão de Direitos Humanos, é assinado pelo comandante-geral da PMDF, coronel Adão Teixeira de Macedo. A corporação começou o ano de 2023 sob comando do coronel Fábio Augusto Vieira. O coronel Klepter Rosa Gonçalves era subcomandante.

Ambos terminam o ano presos, após terem sido alvos de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e operação da Polícia Federal (PF), em investigação que mirou militares acusados de omissão pela consequência trágica da tentativa de golpe de 8 de janeiro.

O Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM) tem 10 integrantes da PMDF presos por investigações relacionadas ao 8/1. Além da alta cúpula da corporação, há PMs da reserva, como o major Cláudio Mendes dos Santos, que liderou as manifestações pedindo golpe em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

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Fonte: Metropoles
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Artigo – Proibido, mas ainda presente: o desafio do uso do celular na escola e em casa

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Por Ana Claudia Favano, especialista em Psicologia Positiva e gestora da Escola Internacional de Alphaville

Em vigor desde 31 de janeiro deste ano, a Lei nº 15.100/2025, que restringiu o uso de celulares nas escolas brasileiras, não têm sido cumprida por 63% dos estudantes do Ensino Médio, que afirmam ainda levar o aparelho celular para a escola todos os dias – conforme apontou pesquisa, divulgada recentemente, da iniciativa Equidade.info em parceria com a Frente Parlamentar da Educação.

Clique aqui para baixar a imagem.

É um número alarmante que escancara a dependência digital que nossa sociedade vive desde a popularização dos smartphones na década de 2010. Educadores veem diariamente no dia a dia escolar como o acesso constante à tecnologia não só reduziu a autonomia individual de crianças e adolescentes, mas também substituiu interações presenciais, afetando a qualidade das relações familiares.
O não cumprimento da lei – criada para proteger justamente aqueles que a descumprem – leva a uma reflexão que especialistas da área já se fazem há bastante tempo sobre o tema. Muito além de proibir ou permitir, a questão mais importante e desafiadora é como integrar os dispositivos ao ambiente escolar sem comprometer os pilares da formação pedagógica, sócio emocional e ética das crianças e adolescentes.
A autonomia humana é construída por meio de experiências reais, discussões críticas e vivências que exigem o uso da razão e a tomada de decisões responsáveis. A dependência digital tem contribuído para a não formação dessa autonomia, resultando em uma geração que está desaprendendo a pensar criticamente, que não consegue tomar decisões justas e assertivas, e que aceita passivamente ideias impostas, demonstrando desatenção e desinteresse nas relações interpessoais.
Infelizmente, o Brasil se destaca entre os países com o maior tempo de conexão digital, e os efeitos dessa realidade são cada vez mais visíveis: crescimento de crimes virtuais sexuais e de cyberbullying; aumento nos casos de depressão; isolamento social e agressividade e dificuldades na regulação emocional, tanto em crianças quanto em jovens e adultos.
A saúde mental e emocional no ambiente escolar tem sido negligenciada por décadas, com investimentos ineficazes que não resultam em transformações significativas. O crescimento alarmante de problemas emocionais entre crianças e jovens reflete essa falta de atenção ao desenvolvimento socioemocional. O desempenho acadêmico tem sido priorizado em detrimento da saúde mental na maioria das escolas, o que agrava os sintomas que afetam a aprendizagem.
No contexto escolar, portanto, torna-se imperativo que os profissionais da educação estejam preparados para compreender a dependência digital e agir de forma eficaz, debatendo e implementando medidas concretas. As escolas têm a responsabilidade de promover programas de convivência e desenvolvimento da formação ética, moral e socioemocional; possibilitando que a restrição do uso do celular seja efetivada e compreendida pelos próprios alunos como fundamentais para o seu desenvolvimento saudável no contexto curricular. Tais iniciativas devem ainda apresentar a importância da educação midiática aos jovens de maneira fundamentada.
Porém, se a família não fizer o seu papel de regulação, todo o esforço da escola será em vão. Os alunos chegam em casa e podem acabar descontando o tempo que ficaram longe dos dispositivos e agravar ainda mais a sua dependência; pois ficarão ainda mais tempo usando o aparelho celular, tomando espaço onde deveriam conviver com suas famílias, estudar, ler e dormir.
Jonathan Haidt, renomado psicólogo social e especialista em psicologia da moralidade – autor do livro “A Geração Ansiosa” e um dos maiores pensadores sobre o impacto das telas para o desenvolvimento humano – sustenta que nenhuma criança ou adolescente deveria ter celular antes dos 14 anos nem acesso à internet antes dos 16.
A escola pode atuar pela proibição do uso do celular no ambiente da sala de aula, mas o jovem continua tendo acesso em casa a um mundo online vasto desconhecido, pela palma da mão. Por isso, o movimento de conscientização deve se estender às famílias. É fundamental que os pais, responsáveis e cuidadores compreendam a necessidade de participar e fomentar ações ativamente também no ambiente familiar, promovendo um retorno à convivência de qualidade e ao bem-estar coletivo.
É urgente resgatar a comunicação face a face, implementar estratégias planejadas que incentivem as interações sociais presenciais saudáveis e orientar o uso consciente da tecnologia, promovendo o retorno e desenvolvimento de habilidades de relacionamento e comunicação que foram comprometidas pelo uso excessivo de dispositivos digitais.

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A autora: Ana Claudia Favano é gestora da Escola Internacional de Alphaville. É psicóloga; pedagoga; educadora parental pela Positive Discipline Association/PDA, dos Estados Unidos; e certificada em Strength Coach pela Gallup. Especialista em Psicologia da Moralidade, Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, Educação Emocional Positiva e Convivência Ética. Dedicada à leitura e interessada por questões morais, éticas, políticas, e mobiliza grande parte de sua energia para contribuir com a formação de gerações comprometidas e responsáveis.

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