Epreendedorismo
Ter mais filhos tira 40% das mulheres do mercado, e apenas 0,6% dos homens
Afazeres domésticos ainda recaem em larga escala sobre as mulheres e afastam do mercado de trabalho principalmente as mães com mais filhos
Leonardo Vieceli e Pedro S. Teixeira
Rio de Janeiro-RJ e São Paulo-SP
Apesar do avanço das discussões sobre a divisão das tarefas do lar nos últimos anos, os afazeres domésticos ainda recaem em larga escala sobre as mulheres e afastam do mercado de trabalho principalmente as mães com mais filhos. No quarto trimestre de 2022, de um total de 1,9 milhão de mães com três filhos ou mais, 40,69% (quase 798,2 mil) estavam fora da força de trabalho por terem de cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros dependentes. É o maior percentual para o período de outubro a dezembro em seis anos. Ou seja, desde 2016.
Enquanto isso, somente 0,62% dos homens em casais com três ou mais filhos (o equivalente a 11,9 mil) estavam fora da força de trabalho em razão dos afazeres domésticos ou do cuidado dos dependentes no quarto trimestre de 2022. Trata-se do maior percentual para o período de outubro a dezembro desde o início da série histórica, em 2012, mas o abismo em relação às mães persiste.
É o que indica um levantamento do laboratório de estudos PUCRS DataSocial a partir de microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A análise abrange homens e mulheres de 25 a 50 anos que fazem parte de casais heterossexuais com ou sem filhos de 0 a 15 anos.
A população fora da força de trabalho é composta por profissionais que não estão empregados nem procurando oportunidades no setor formal ou informal.
Segundo o levantamento do PUCRS DataSocial, as diferenças também são marcantes entre os casais com menos filhos. Entre as mulheres com dois filhos de 0 a 15 anos, o percentual fora da força em razão dos afazeres domésticos ou do cuidado de dependentes alcançou 28,83% no quarto trimestre de 2022. É o maior patamar desde 2016. Entre os homens com dois filhos, a marca foi de apenas 0,45% nos três meses finais de 2022. Ainda assim, é a maior da série para o quarto trimestre.
No recorte dos casais com um filho de 0 a 15 anos, o percentual de mães fora da força por motivos domésticos foi de 21,89%, o maior desde 2020. Entre os homens com um filho, a marca foi de 0,55%, o maior da série.
André Salata, pesquisador do PUCRS DataSocial e um dos responsáveis pelo levantamento, destaca que a parcela das mães fora da força vinha caindo antes da pandemia de Covid-19. Com a crise sanitária, que paralisou escolas e empresas, esse grupo voltou a subir. “É um dado bastante chocante. Apesar de algumas mudanças que estamos acompanhando na sociedade, e que são muito positivas, ainda há uma divisão de gênero muito forte. Os resultados expressam isso”, afirma Salata.
Entre os casais sem filhos, o percentual de mulheres fora da força devido a afazeres domésticos ou cuidado de dependentes foi de 14,87% no quarto trimestre de 2022. A proporção entre os homens foi de 0,47%.
O levantamento ainda traz dados sobre mães e pais fora da força de trabalho por motivos diversos, que vão além dos afazeres domésticos e do cuidado de dependentes. As diferenças seguem intensas. Nesse recorte, o percentual de mulheres que faziam parte de casais com pelo menos três filhos e que estavam fora da força de trabalho no quarto trimestre de 2022 foi de 50,05%. Entre os homens com três filhos ou mais, a proporção foi de 6,16%.
Em casais com dois filhos, o percentual fora da força por motivos diversos foi de 35,88% para as mães e de 4,87% para os pais no quarto trimestre de 2022. Em casais com um filho, a porcentagem baixava para 30,18% entre elas e 4,72% entre eles. Nos casais sem filhos, a parcela era de 27,41% e de 6,15%, respectivamente.
Para Ely José de Mattos, pesquisador do PUCRS DataSocial e um dos responsáveis pelo levantamento, os dados mostram que a desigualdade de inserção no mercado de trabalho tem caráter estrutural. Na visão de Mattos, o combate a essa disparidade depende de ações de longo prazo. De maneira mais imediata, uma medida recomendada seria a ampliação da licença para os pais após o nascimento dos filhos, diz o pesquisador. A iniciativa buscaria equilibrar os afazeres do lar, mas não resolveria por si só os problemas, segundo Mattos. “É algo estrutural. Precisa ser pensado para o longo prazo.”
Salata vai na mesma linha. Para ele, uma “melhora substantiva” passa por “mudanças geracionais”, que não acontecem do dia para a noite. “O governo não pode simplesmente dar uma canetada e obrigar as pessoas a seguirem determinado estilo de vida, mas existem medidas importantes que podem ser adotadas, como a licença paternidade de maior fôlego”, afirma Salata. “Expandir a rede de creches e escolas em tempo integral é uma ação que também poderia ser adotada para tornar a situação melhor”, acrescenta.
Plataforma tenta ajudar
Enquanto o país não assiste a uma mudança profunda nessas relaçõ es, há iniciativas que buscam mitigar a desigualdade de oportunidades. É o caso do projeto da empreendedora Renata Lino, 41, que criou a plataforma de empregos para mães MommyTech. A startup firma parcerias com empresas interessadas em promover diversidade e recebe currículos de mães e mulheres grávidas. “Temos uma base de dados com [20 mil] mães típicas e atípicas –100% de mulheres”, diz Renata.
A plataforma filtra essas informações a partir do perfil buscado pela empresa e das preferências das mães e gestantes, para fazer uma pré-triagem. A startup ajudou mais de 675 mães a se recolocarem de forma direta e indireta no mercado de trabalho, de acordo com a fundadora. “Contamos como vagas indiretas os casos das mães que receberam consultoria da MommyTech para se aprimorar em habilidades desejadas pelo mercado ou tornar o currículo mais atraente”, diz.
A profissional de marketing digital Karin Hetschko, 40, conseguiu se recolocar após manter conversas com Renata e ter seu currículo enviado pela MommyTech à startup Racoon, recentemente adquirida pela multinacional Media Monks. Karin ficou cinco meses sem trabalho após ser demitida de uma empresa estrangeira de desenvolvimento de software em março de 2022. Ela era mãe de uma criança de pouco mais de um ano.
Reclamações sobre o tempo que Karin gastava com o filho se somaram a uma gestão via emails enviados pelo chefe, diz a profissional. Karin afirma que queixas sobre atrasos salariais para sua equipe foram o estopim para a demissão. Desde então, ela passou a informar que era mãe nas entrevistas de emprego, mesmo quando não era questionada sobre o tema. “Não me perguntaram na minha antiga empresa, e percebi que foi um erro não deixar isso claro na relação, embora não seja uma estratégia indicada por especialistas em carreira.”
O emprego na Racoon como supervisora de uma equipe de desenvolvedores veio na sétima entrevista. Desde essa contratação, Karin trabalha de forma remota, o que amplia o tempo dedicado ao cuidado com a família, segundo ela. Para Renata, a licença parental independente de gênero é a única forma de colocar homens e mulheres em condições iguais ante os empregadores e gestores. A fundadora da MommyTech diz que, até hoje, não conseguiu emprego para mulheres grávidas. “É um estigma muito grande.”
Epreendedorismo
Do laboratório ao pulso: a tecnologia pioneira da Samsung em monitoramento nutricional para o Galaxy Watch
Índice de Antioxidantes
Tudo começou com uma pergunta simples: e se fosse possível medir sua nutrição em tempo real, diretamente do seu pulso?
O Índice de Antioxidantes1 da Samsung no Galaxy Watch8 transforma o que antes parecia ficção científica em tecnologia cotidiana. Em cinco segundos, uma leitura do polegar retorna níveis precisos de carotenoides – o primeiro índice nutricional mensurável da indústria.
Ao miniaturizar a tecnologia de sensores de nível laboratorial com precisão excepcional, o recurso transforma sua dieta em uma métrica prática para um envelhecimento mais saudável2. Estabelecer esse novo padrão em monitoramento de saúde por wearables exigiu anos de pesquisa e desenvolvimento intensivos, incontáveis protótipos e determinação inabalável.
Inovando no rastreamento nutricional
Em 2018, a Samsung identificou uma lacuna nos wearables: podíamos contar cada passo e caloria, mas não havia uma forma simples de medir como nossa alimentação afetava nossa saúde. Insights nutricionais mais profundos estavam presos a exames laboratoriais caros e demorados, inacessíveis para a maioria das pessoas.
À medida que as pessoas vivem mais, o foco muda de simplesmente aumentar a longevidade para melhorar a qualidade desses anos adicionais.
“É nesse contexto que a antioxidação naturalmente ganha atenção como um método para retardar o envelhecimento”, explica a Dra. Hyojee Joung, especialista em nutrição em saúde pública da Universidade Nacional de Seul3, que orientou partes do desenvolvimento da tecnologia. “Se o gerenciamento de antioxidantes for negligenciado, as Espécies Reativas de Oxigênio (ROS) se acumulam no corpo, aumentando o risco de doenças crônicas como cardiovasculares, diabetes e câncer”.
Essa constatação fez dos antioxidantes o pilar da missão da Samsung. Engenheiros e cientistas concentraram-se nos carotenoides – antioxidantes-chave e indicadores comprovados da ingestão de frutas e vegetais – para criar um dispositivo pequeno o suficiente para caber no pulso, mas poderoso o bastante para transformar dados complexos em informações simples e acionáveis de saúde para todos.
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Desafio nº 1: como miniaturizar a tecnologia de sensores laboratoriais
Desde o primeiro dia, o sonho de um wearable capaz de rastrear nutrição enfrentou um obstáculo imediato: métodos tradicionais de medição de carotenoides, como a espectroscopia Raman, são a laser, não invasivos e precisos, mas dependem de equipamentos volumosos – nada vestíveis. Assim, a primeira missão da equipe foi reduzir a tecnologia de nível laboratorial para o tamanho de um sensor de pulso.
Após sete anos de testes rigorosos e otimização desde o primeiro protótipo, a equipe desenvolveu o Sensor BioActive — uma tecnologia inovadora que combina LEDs multicomprimento de onda com um conjunto de fotodetectores personalizados, proporcionando leituras precisas de carotenoides em um design compacto.
“Nossa inovação foi integrar a espectroscopia de refletância com LEDs, o que nos permitiu miniaturizar a tecnologia mantendo alta precisão”, explica Jinyoung Park, desenvolvedor da equipe de Saúde Digital da Samsung Electronics.
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Ao contrário dos lasers, que emitem um comprimento de onda estreito e específico, os LEDs emitem uma faixa mais ampla. Ao analisar quanta luz é absorvida pela pele em múltiplos comprimentos de onda por meio de fotodiodos4, o relógio estima os níveis de carotenoides com precisão impressionante. Algoritmos avançados que calibram continuamente em tempo real também garantem precisão e oferecem insights personalizados a cada usuário.
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Desafio nº 2: como garantir que a tecnologia seja acessível a todos
Criar um sensor de carotenoides do tamanho de uma moeda foi um grande marco, mas o próximo desafio era garantir que ele funcionasse com precisão e confiabilidade em diferentes tons de pele – tornando-o verdadeiramente acessível.
Para superar interferências, como a da melanina em tons de pele mais escuros, os engenheiros da Samsung optaram por usar a ponta do dedo para as medições, já que essa área possui menor quantidade de melanina em todos os grupos étnicos. Pequenos ajustes, como aplicar leve pressão durante a leitura, ajudam a reduzir temporariamente o fluxo sanguíneo e a interferência da hemoglobina, tornando os resultados mais precisos.
Extensos testes realizados no Samsung Medical Center5, com centenas de participantes, validaram o desempenho do sensor. Isso abriu caminho para um recurso que passou com fluidez do laboratório para o uso cotidiano, oferecendo uma solução inclusiva projetada para a vida real.
Como funciona
Os carotenoides são pigmentos naturais vermelhos, amarelos e verdes encontrados em frutas e vegetais. Como o corpo humano não os produz, seus níveis indicam claramente a ingestão de frutas e vegetais.
É aqui que entra o seu Índice de Antioxidantes, que reflete os níveis de carotenoides com base nas seguintes categorias:
- Muito baixo: menos de 50% da recomendação diária da OMS de 400 g por dia
- Baixo: entre 50% e 100%
- Otimizado: 100% ou mais
“Os carotenoides se acumulam e se metabolizam nos tecidos gradualmente, portanto, mudanças de curto prazo na ingestão de frutas e vegetais não aparecem imediatamente no índice”, explica a Dra. Joung. “Nossa pesquisa mostra que o aumento da ingestão de carotenoides leva a um crescimento significativo nos níveis de carotenoides na pele após cerca de 1 a 2 semanas, tornando o Índice uma ferramenta valiosa para monitorar hábitos alimentares consistentes e de longo prazo”.
Fatores como qualidade do sono, níveis de estresse e atividade física também influenciam o índice, tornando-o um indicador abrangente de saúde geral. Combinado a outros recursos do Galaxy Watch8 – como monitoramento de sono, acompanhamento de atividade e carga vascular -, o Índice de Antioxidantes oferece uma visão holística do bem-estar, promovendo decisões mais inteligentes para um envelhecimento saudável.
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Sua saúde, reimaginada
“Novos sensores vestíveis podem ajudar as pessoas a construir hábitos alimentares saudáveis ao acompanhar e incentivar o consumo diário adequado de frutas e vegetais”, afirma o professor Yoonho Choi, do Samsung Medical Center. “Com o tempo, essa prática simples pode ajudar a prevenir alguns tipos de câncer e outras doenças relacionadas à idade, tornando-se uma forma muito eficaz de apoiar a saúde a longo prazo”.
Os antioxidantes são uma área emergente de pesquisa, mas os estudos têm sido limitados devido aos desafios de medição precisa. O Índice de Antioxidantes do Galaxy Watch8 vai além dos avanços atuais do setor e entrega uma inovação significativa.
A capacidade da Samsung de medir níveis de antioxidantes com precisão — reconhecida por especialistas como referência para futuras pesquisas — representa um avanço no monitoramento de saúde. Ao ajudar os usuários a identificar riscos precocemente e tomar medidas proativas, a Samsung abre caminho para uma abordagem mais inteligente e cuidadosa de bem-estar, redefinindo o papel dos wearables na saúde preventiva.
Para mais informações sobre a linha Galaxy Watch8, visite a Samsung Newsroom Brasil ou Samsung.com/br.
1 Para realizar a medição, o usuário deve posicionar o centro do dedo sobre o sensor na parte traseira do relógio e mantê-lo pressionado por 5 segundos. Embora o Índice de Antioxidantes possa ser medido em qualquer dedo, recomenda-se o polegar para obter resultados mais precisos. Medições repetidas devido à textura irregular da pele podem causar resultados imprecisos.
2 Destinado exclusivamente para fins genéricos de bem-estar e condicionamento físico. Não se destina ao uso na detecção, diagnóstico, tratamento, monitoramento ou gerenciamento de nenhuma enfermidade ou doença. As informações relacionadas à saúde acessadas por intermédio do dispositivo e/ou aplicativo não devem ser consideradas orientação médica. Os usuários devem buscar aconselhamento de um médico. Alguns recursos podem variar de acordo com o mercado, operadora e dispositivo pareado.
3 A Universidade Nacional de Seul é uma das principais instituições acadêmicas da Coreia do Sul.
4 Fotodiodos são dispositivos semicondutores que convertem luz em sinais elétricos.
5 O Samsung Medical Center, em Seul, Coreia do Sul, é uma das principais instituições médicas do país, reconhecida por seu atendimento centrado no paciente, tecnologias médicas avançadas e centros especializados, como o Centro Integrado de Câncer e o Centro de Terapia por Prótons.
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