Saúde

Dor de cabeça no momento do sexo? Conheça a cefaleia orgástica

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(crédito: Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)

A chamada cefaleia orgástica ocorre antes ou durante a relação sexual, com dores fortes e intensas. Entenda as causas e saiba como evitá-la

Yasmin Isbert*

Do tesão à dor. Terminar relacionamentos, conviver com parceiros e lidar com diferenças podem até causar dor de cabeça. Mas, para além do teor figurativo, sentir fortes dores de cabeça antes ou durante as relações sexuais é algo real e tem até nome conhecido na comunidade médica: cefaleia orgástica.

As cefaleias são dores de cabeça categorizadas pela Classificação Internacional de Cefaleias (CIC), divididas em tipos primários e secundários. Artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Cefaleias (SBC) expõe a existência de mais de 150 tipos de cefaleia no mundo. As primárias não promovem qualquer tipo de risco à vida. Já as secundárias são a manifestação da dor de cabeça como sintoma para alguma outra doença, podendo vir de tumores, aneurismas e acidentes envolvendo o sistema nervoso.

A cefaleia orgástica enquadra-se na categoria primária. O neurologista Ricardo Teixeira, diretor do Instituto do Cérebro de Brasília e integrante da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), explica que o tipo pré-orgástico acontece durante o aumento da excitação sexual e pode durar de um minuto a 24 horas com forte intensidade, ou até 72 horas em intensidade moderada. “Já o tipo orgástico se dá no momento do orgasmo e costuma ser mais abrupta e forte.”

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A última Classificação Internacional de Cefaleias trata esses dois tipos como um só entidade: cefaleia primária da atividade sexual, que pode ocorrer na excitação ou no orgasmo, explica o neurologista. O problema pode ocorrer tanto em homem quanto em mulher, mas a incidência maior é entre eles.

As dores acontecem com mais frequência na parte posterior da cabeça — região occipital. Os episódios também podem ocorrer nos momentos de masturbação e são mais comuns em pessoas que já apresentam algum tipo de enxaqueca.

Como identificar

O neurologista Ricardo Teixeira diz que o diagnóstico é realizado por exclusão — apenas exames laboratoriais não são o suficiente. Primeiro eliminam-se outras possibilidades semelhantes de doenças neurológicas, como o rompimento de um aneurisma ou uma dissecção arterial. “Na maioria das vezes, as crises ocorrem de forma limitada, pode acontecer hoje e apenas voltar anos depois”, conta

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Entretanto, cerca de 40% podem ter episódios recorrentes por mais de um ano. As dores não precisam acontecer em todo ato sexual para serem diagnosticadas como cefaleia orgástica, mas é necessário atentar-se às repetições.

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Incidência

A ocorrência da cefaleia orgástica se dá com mais frequência entre os 30 e 60 anos, sendo mais frequente em homens do que em mulheres.

Por que acontece?

No momento da excitação, os vasos sanguíneos cerebrais sofrem uma pressão imediata, impedindo que haja a circulação do sangue, causando a dor.

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Os riscos

O maior risco é o erro na hora do diagnóstico. Ricardo Teixeira ressalta que a não exclusão de outras condições neurológicas podem levar a quadros clínicos semelhantes ou mais severos, como o sangramento cerebral (aneurismas) devido à pressão feita nos vasos sanguíneos cerebrais. Logo, procurar um médico quando o incômodo for frequente é a opção mais segura.

O tratamento

Para as pessoas com crises repetidas, o uso anti-inflamatórios já mostrou bons resultados. Outra recomendação é ingerir remédios para crises de enxaqueca duas horas antes da atividade sexual, ou fazer uso de tratamentos profiláticos para dores de cabeça intensas. “Também há alguma recomendação de que a atitude passiva na relação sexual pode diminuir a chance de se ter uma crise”, diz o neurologista.

A longo prazo, praticar atividades físicas, ter boas noites de sono, alimentar-se de forma saudável e regular e não se expor a situações que causem algum tipo de estresse constante são fatores que podem ajudar a amenizar esses episódios. Mudanças de hábitos, no geral, ajudam bastante, mas não existe uma cura específica para o caso, ele pode aparecer e ir embora.

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Fatores de risco

– Exposição constante ao estresse.
– Falta de água ou alimentação balanceada.
– Esforço físico exagerado.
– Ficar com vergonha de expor o problema, converse com seu parceiro (a) ou procure um médico.

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Palavra do especialista

O que fazer quando estou tendo um episódio de cefaleia orgástica?

Não demorar para buscar auxílio médico. Outras recomendações seriam evitar o uso de substâncias que tenham efeitos nos vasos — viagra é um exemplo —, seria interessante fazer uma avaliação médica antes de usar medicamentos desse tipo. Drogas ilícitas, como cocaína e metanfetamina, também são contraindicadas, pois mexem nos vasos sanguíneos. A princípio é descansar, usar um analgésico e procurar um médico.

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Caso não se procure um profissional dentro do tempo adequado, a cefaleia orgástica pode se transformar em algo mais grave?

A cefaleia orgástica em si não é grave, mas ele pode ser confundido com um problema mais sério, como a ruptura de um aneurisma. Nesse caso, acontece um sangramento arterial dentro das regiões do cérebro. Tanto a lesão imediata quanto às complicações desse sangramento podem causar hidrocefalia, acúmulo de liquor, aumento da pressão intracraniana e vasos espaçados, que podem prejudicar a chegada de sangue no cérebro levando à morte de tecidos cerebrais. Ocorre uma dor de forte intensidade — costumamos nos referir como uma cefaleia em trovoada, similar a um trovão. A pessoa pode ter o que achamos de rebaixamento de consciência e alguns dos sintomas incluem desmaios, crises convulsivas, pouca interação e confusão mental, fraqueza de um dos lados do corpo, dificuldade de falar, alteração na mobilidade dos olhos e pupilas. É um quadro grave e, no geral, quem tem ruptura de aneurisma vai para a emergência e internação.

* Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

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