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Mulheres têm se destacado em mandatos, diz diretora do Legisla Brasil

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Luciana Elmais, fundadora e diretora-executiva da ONG Legisla Brasil. – (crédito: Divulgação)

Fundadora da ONG que avalia trabalho de parlamentares afirma que deputadas mostraram desempenho melhor do que os homens neste primeiro ano no cargo, mesmo sendo minoria na Câmara

Aline Brito

As mulheres têm se destacado na política. É o que mostra a segunda edição do Índice Legisla, lançado em novembro pela Organização Não Governamental (ONG) Legisla Brasil. Segundo os dados, apesar de serem minoria na Câmara dos Deputados (18%), os mandatos femininos representam 25% dos parlamentares com melhor desempenho no primeiro ano da nova legislatura.

Ao todo, o índice apontou 40 deputados como cinco estrelas, ou seja, que têm a melhor atuação. Entre eles, as mulheres tiveram um resultado ligeiramente superior, principalmente em relação à capacidade de mobilização em torno de suas pautas e seus interesses.

Na lista dos cinco estrelas estão nomes como Érika Kokay (PT-DF), Julia Zanatta (PL-SC), Sâmia Bomfim (PSol-SP), Coronel Fernanda (PL-MT) e Laura Carneiro (PSD-RJ). Entre os homens, parlamentares como Abilio Brunini (PL-MT), Amom Mandel (Cidadania-AM), Fred Linhares (Republicanos-DF), Kim Kataguiri (União-SP) e Chico Alencar (PSol-RJ).

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As informações podem auxiliar partidos e políticos a aprimorarem suas atuações, uma vez que o índice apresenta também quais são os parlamentares com piores avaliações.

Ao Correio, Luciana Elmais, fundadora e diretora-executiva da Legisla, explicou como funciona o levantamento. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como a Legisla atua?

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A Legisla é uma ONG que tem a missão de promover práticas mais efetivas e inclusivas dentro de gabinetes parlamentares, dentro de partidos políticos. Na prática, a gente tem diversos estudos, publicações, ferramentas que a gente usa, dados e evidências para ajudar a aprimorar o debate político. A gente também oferece consultorias para partidos e gabinetes que queiram melhorar a sua atuação. A Legisla existe há seis anos.

O índice é uma ferramenta aberta on-line gratuita e foi em parceria com Olívia Carneiro, mestre em economia pela Universidade de Chicago e influencer. Fala sobre economia e consegue jogar um pouco mais de luz sobre como o trabalho parlamentar vem acontecendo dentro da Câmara. A ideia é avaliar o trabalho dos políticos de maneira quantitativa, sem viés ideológico, gerando um ranking de quem vem trabalhando mais, quem é mais produtivo, e o ranking de quem está trabalhando menos e que pode melhorar a sua atuação.

Como é o acesso?

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Na prática, o índice é um site, que todo mundo consegue acessar, com esses dados já sistematizados sobre avaliação do trabalho dos políticos. Os deputados que têm trabalhado de maneira mais produtiva estão identificados no índice como parlamentares cinco estrelas. A última edição foi lançada nesse mês de novembro, então estamos com os dados fresquinhos.

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De onde são retirados os dados?

O índice é feito com metodologia baseada em quatro eixos. O primeiro é o legislativo, ou seja, a capacidade dele de produzir, fazer relatorias, aprovar projetos, a relevância dos projetos em que tem trabalhado, a apresentação de votos em separado. O segundo eixo fala sobre fiscalização. Trata-se da capacidade do parlamentar de fiscalizar políticas que vêm do governo federal. O terceiro eixo é de mobilização e articulação política — entram cargos que esse parlamentar ocupa nessa legislatura. Nosso quarto e último eixo é o alinhamento partidário, que é o quão parecido ou diferente cada parlamentar vota de acordo com a maioria dos votos do seu partido. Esses quatro eixos acumulam 16 indicadores, todos quantitativos, baseados em dados da própria Câmara.

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Quais eixos se destacam?

O melhor eixo de trabalho que eles têm hoje é o de alinhamento partidário. Os parlamentares trabalham alinhados com seus partidos. O pior eixo é o de fiscalização. A gente vê um Congresso ainda com dificuldade de usar as ferramentas para fiscalizar.

Quantos políticos foram mais bem avaliados?

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Por volta de 40, de diversos partidos. São mais de 10 partidos diferentes entre os mais bem avaliados. Além disso, o índice mostra que a média da Câmara, numa escala de 0 a 10 em produtividade, é de 3.6. Esse é um indicador que mostra que a Câmara ainda está com uma produtividade muito tímida.

Como foi avaliada a participação feminina no Congresso?

Parlamentares mulheres estão mais presentes entre os cinco estrelas, proporcionalmente, do que os masculinos. As mulheres têm se destacado mais neste primeiro ano do mandato, mesmo sendo minoria na Casa e enfrentando diversas barreiras na política institucional. Além disso, entre os parlamentares mais bem avaliados, temos uma super-representação de mulheres nesse grupo: elas são 18% da Câmara e, entre os cinco estrelas, 25%. Isso é bem interessante de pensar porque a gente tem um grupo muito menor de mulheres na Câmara do que de homens, então para a média ser maior tem que ter poucas parlamentares performando mal.

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Nesses seis anos do Legisla, como avalia a participação feminina na política?

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A gente teve um avanço da última legislatura para essa, um aumento da participação feminina, participação de pessoas negras também, mas a gente só vai conseguir realmente ter a democracia que quiser se tiver todos os tipos de pessoas representadas nos espaços de poder, principalmente no Legislativo. Isso está muito longe da realidade. Estamos falando de 18% de mulheres na Câmara, e esse dado é muito triste se pensarmos que somos mais de 50% da população.

De que forma é possível mudar esse panorama?

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O único jeito de virar o jogo e conseguir, de fato, essa representatividade que a gente quer é com os partidos colocando a mão na massa para resolver. Enquanto os partidos não conseguirem formar, desenvolver e viabilizar candidaturas de mulheres e pessoas negras, essas pessoas não vão conseguir chegar ao poder. Há mulheres e pessoas negras querendo participar da política, mas se não houver viabilidade para essas pessoas, seja técnica, seja financeira, seja apoio do partido, a gente não vai ter uma mudança de jogo.

Mas isso vai no sentido contrário do que se viu no Congresso nos últimos meses, com o debate sobre a PEC da Anistia. Como avaliam isso?

Essa PEC seria um tremendo problema para a participação política feminina e de grupos minorizados. A gente já tem tanta dificuldade de garantir esse viés da viabilidade, e a PEC seria outro ponto que traria mais uma dificuldade para essa população entrar nesses espaços.

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O que pode ser feito para aumentar a participação feminina na política?

Existe interesse das mulheres em serem ativas politicamente. A gente não está mais no momento da sociedade em que as mulheres não querem, ou de falar que não tem pessoas negras suficientes, que não tem mulheres. O que a gente não tem é viabilidade para essas candidaturas, e essas pessoas sabem do nível do desafio, não sentem que têm o apoio necessário, e desistem. Não é somente sobre um processo de convencimento das mulheres, mas de garantir a viabilidade que os partidos historicamente ainda não garantiram. Nossa principal aposta para resolver esse problema não é só viabilizar e falar para as mulheres ocuparem a política, mas é também abrindo espaços seguros, sem violência, que elas possa participar do processo, assim como com pessoas negras.

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Fonte: Correio Brasiliense

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Governo lança 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática e ganha destaque na semana global da UNESCO sobre o tema

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O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, anunciou o lançamento da 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática, que aprofunda ações voltadas à promoção de habilidades críticas para acessar e analisar informações, à formação de professores e à cooperação internacional. Foto: Secom-PR

Durante Global MIL Week, em Cartagena, na Colômbia, Secom apresentou os principais resultados da política nacional de educação midiática e reforçou a cooperação com países da América Latina e com a França

Os avanços brasileiros em educação midiática estiveram em destaque na Global Media and Information Literacy Week 2025, conferência mundial da UNESCO realizada em Cartagena, na Colômbia, entre os dias 22 e 25 de outubro. A delegação brasileira apresentou as principais políticas e experiências nacionais no tema, reforçando o compromisso do país com a construção de um ecossistema informacional mais democrático, confiável e participativo.

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Representando o ministro da Secom, João Brant, secretário de Políticas Digitais, participou da mesa de encerramento da conferência ao lado do Vice-ministro de Transformação Digital da Colômbia, Oscar Alexander Ballén e Tawfik Jelassi, Diretor-Geral Adjunto de Comunicação e Informação da UNESCO. No painel, Brant anunciou o lançamento da 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática, que aprofunda ações voltadas à promoção de habilidades críticas para acessar e analisar informações, à formação de professores e à cooperação internacional.
“A educação midiática é essencial para fortalecer a democracia. Quando as pessoas têm ferramentas para compreender e participar criticamente do ambiente informacional, o debate público se torna mais justo e mais plural. Essa nova Estratégia aprofunda esse compromisso do Brasil com uma sociedade que valoriza o diálogo e enfrenta a desinformação de forma coletiva.”, afirmou João Brant.

“A educação midiática é essencial para fortalecer a democracia. Quando as pessoas têm ferramentas para compreender e participar criticamente do ambiente informacional, o debate público se torna mais justo e mais plural. Essa nova Estratégia aprofunda esse compromisso do Brasil com uma sociedade que valoriza o diálogo e enfrenta a desinformação de forma coletiva”

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João Brant, secretário de Políticas Digitais
ATUALIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA – Lançada em 2023 e coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), a primeira Estratégia Brasileira de Educação Midiática apresentou eixos de atuação e prioridades da política, como formação de professores, enfoque na educação básica e nas temáticas relacionadas ao uso de telas e dispositivos por crianças e adolescentes. Em sua segunda edição, a Estratégia destaca os instrumentos de implementação da política e os principais resultados alcançados, especialmente em articulação com o Ministério da Educação, tais como:

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  • Inserção da Educação Midiática nos editais do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), fazendo com que o tema integre, pela primeira vez, o conteúdo dos livros didáticos que chegam às escolas brasileiras;
  • Primeira coleção de cursos sobre Educação Digital e Midiática, com 80 cursos disponibilizados na plataforma AVAMEC do Ministério da Educação, totalizando mais de 340.000 certificações gratuitas;
  • Primeiras diretrizes nacionais do Conselho Federal de Educação sobre o uso de dispositivos digitais em ambientes escolares e a integração curricular da educação midiática, prevendo que todas as escolas do país tenham o tema nos seus currículos até 2026;

A nível internacional, a Estratégia Brasileira de Educação Midiática também oportunizou a realização de projetos com França, Dinamarca, Finlândia e países membros da Rede Latinoamericana de Cidadania Digital da UNESCO. Além disso, a temática da educação midiática compõe um dos eixos da Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas liderada pelo governo brasileiro em parceria com a Organização das Nações Unidas e UNESCO.

GLOBAL MIL WEEK 2025 – Na semana global da UNESCO em Cartagena, a Secom participou de três painéis temáticos. O primeiro apresentou iniciativas-modelo de educação midiática, com foco na inserção do tema nos currículos escolares brasileiros e na mobilização social. A mesa reuniu representantes do Instituto Palavra Aberta, da Secretaria de Comunicação de Alagoas, representada pelo secretário Wendel Palhares, da Secretaria de Educação da Bahia, e do CEIBAL, do Ministério da Educação do Uruguai, parceiro da Secom no desenvolvimento de currículos em educação midiática e cidadania digital.

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Em outro painel, o Brasil apresentou, em parceria com o CLEMI (Centro para Educação Midiática da França), os resultados do projeto MídiaCOP, que qualificou professores da região Norte para a cobertura jornalística e crítica da COP30 por estudantes. O projeto inaugura um modelo inovador de formação de educadores voltado à sustentabilidade em articulação com a educação midiática.

A terceira mesa destacou a primeira Estratégia Brasileira de Educação Midiática no contexto da Rede Latino-Americana de Cidadania Digital, coordenada pela UNESCO Montevidéu. A discussão reforçou o papel do Brasil como referência regional no desenho de políticas públicas que combinam formação docente, pesquisa e participação social.

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Durante o evento, Brasil e França também anunciaram a segunda fase da cooperação bilateral iniciada com o projeto MídiaCOP. A nova etapa ampliará a formação de professores em educação midiática e climática para todos os estados brasileiros, com o apoio do CLEMI e da Embaixada da França no Brasil.

“Essa parceria é um exemplo de como a cooperação internacional pode fortalecer a educação e a democracia. O diálogo entre Brasil e França, com apoio da UNESCO, mostra que enfrentar a desinformação exige redes de confiança e de conhecimento”, completou Brant.
SBEM – No contexto da Global MIL Week, o governo brasileiro realiza, desde 2023, a Semana Brasileira de Educação Midiática (SBEM). Promovida em parceria entre a Secom e o Ministério da Educação com apoio da UNESCO, a edição de 2025 da Semana tem início nesta terça-feira (28) com uma abertura presencial em Brasília e se estende até sexta-feira com atividades online e presenciais em todos os estados do Brasil, promovidas por escolas e universidades. Saiba mais sobre a Semana aqui.

 

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Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

CONTATOS:
ATENDIMENTO
E-mail: secom.imprensa@presidencia.gov.br
Tel.: (61) 3411-1601/1044

FOTOGRAFIA
E-mail: seaud.secom@presidencia.gov.br
Tel.: (61) 98100-1993 (apenas por mensagem via Whatsapp)

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