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Educação profissional é uma das estratégias para combate à desigualdade

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Professora Caetana Juracy, doutora em educação pela UnB – (crédito: Minervino Júnior/CB)

A professora Caetana Juracy, doutora em educação pela UnB, afirmou que é preciso apostar em uma formação que permita a compreensão do mundo e a obtenção de conhecimento

Arthur de Souza

Doutora em educação pela Universidade de Brasília (UnB), a professora Caetana Juracy ressaltou a importância de um evento que fale sobre educação profissional. “Temos que debater mais essa modalidade educacional que, embora as pessoas tenham mais conhecimento, não é muito difundida e ainda é permeada de preconceito. Então, quando a gente faz um evento que vai falar sobre a importância e as possibilidades dela, é sempre muito bem-vindo”, elogiou, em sua fala no o CB Fórum Educação Profissional e o Primeiro Emprego, promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DF0, nesta quinta-feira (23/11).

Caetana afirmou que, de forma geral, no Brasil, embora tenhamos um crescimento na educação profissional, ela está muito aquém da necessidade do país. “Mesmo no Distrito Federal, que teve um crescimento significativo, tanto das iniciativas federais quanto das locais e também da privada, ainda está muito abaixo”, lamentou. “Temos várias frentes que precisam ser olhadas. Por exemplo, a gente tem poucos cursos que olham para o nosso entorno agrícola, que é o pequeno proprietário, que precisa de formação”, acrescentou.

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A painelista comentou sobre o combate às desigualdades na educação profissional. “Está na nossa fala que a educação é fundamental para diminuir as desigualdades. Ela é necessária, mas não é o suficiente, é somente uma das estratégias nesse enfrentamento”, afirmou, destacando duas formas de pensar as desigualdades: por meio de sua origem e de ações.

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“Se a gente quer enfrentá-las, temos que saber de onde elas vêm. Indo para o caminho de quem pensa que a educação é um caminho seguro e que é uma estratégia que precisa andar junta com outras, a gente vai entender que a desigualdade se dá em outras dimensões, como saúde, assistência social e políticas de emprego, por exemplo”, descreveu. “O outro ponto traz que, para combater essas desigualdades, a educação teria que agir sob o modelo de sociedade que temos. A gente tem que ter uma educação que seja de pessoas que ajam e intervenham no mundo, e que tenham, a partir do seu trabalho, uma postura que crie condições para que se tenha uma outra sociedade.”

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Para a doutora em educação, deve-se apostar em uma formação que permita a compreensão do mundo e a obtenção de conhecimento, repertório, patrimônio, técnica e ferramentas. “Se a gente não souber fazer, não nos movimentamos. Temos que desenvolver competências em todas essas dimensões”, reforçou. “Apostaria em uma formação profissional que trabalhasse no olhar diferente para ciência e tecnologia e que apostasse, fortemente, nessa formação competente em todas as dimensões”, observou.

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Fonte: Correio Brasiliense

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Brasil está entre os países que mais usam IA: oportunidade ou alerta?

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O país ocupa o 4º lugar global em acessos a sites de IA. O que esse dado revela sobre nossa educação?

Joice Leite*

O protagonismo brasileiro no uso da IA
O Brasil registrou 468,6 milhões de acessos a sites de inteligência artificial em fevereiro de 2024, de acordo com relatório da AI Tools. Isso nos coloca em 4º lugar no mundo, atrás apenas de Estados Unidos, Índia e Quênia — à frente de potências como China, Alemanha e Reino Unido. A palavra-chave aqui é clara: inteligência artificial. Estamos entre os maiores usuários globais dessa tecnologia e isso pode parecer, à primeira vista, motivo de comemoração.
O entusiasmo brasileiro se confirma em outro levantamento, feito pelo Google e pela Ipsos: 54% dos brasileiros já usam ferramentas de IA generativa, um índice acima da média global (48%). E 65% acreditam que a tecnologia contribui positivamente em várias áreas da vida, da educação ao mercado de trabalho. O dado nos posiciona como uma sociedade aberta à inovação — mas também nos convida a refletir: o que isso revela sobre o acesso à tecnologia, a inclusão digital e o papel das escolas nesse cenário?
Estamos preparados para usar a inteligência artificial?
A resposta exige olhar para dentro da realidade brasileira. Se por um lado temos milhões de pessoas acessando plataformas de IA, por outro lado sabemos que a infraestrutura digital ainda é precária em grande parte do país. O uso da inteligência artificial, nesses casos, pode ser superficial, reprodutivo e, muitas vezes, desinformado. O risco de aprofundar desigualdades é real.
No Colégio Visconde de Porto Seguro, por exemplo, temos observado o interesse genuíno dos estudantes pelas ferramentas de IA. Eles usam a tecnologia para pesquisar, organizar ideias e aprimorar seus projetos — sempre acompanhados por uma mediação pedagógica que prioriza o pensamento crítico e a ética no uso da tecnologia. Mas essa é a exceção, não a regra. O desafio é garantir que essa experiência se torne comum em mais escolas, públicas e privadas, urbanas e rurais.
O crescimento da inteligência artificial precisa ser acompanhado por políticas públicas voltadas à inclusão digital de fato — com internet de qualidade, formação docente, infraestrutura e currículo alinhado às novas demandas.
Como a inteligência artificial impacta o futuro do trabalho e da educação?
A pesquisa do Google e da Ipsos também mostrou que 60% dos brasileiros acreditam que a inteligência artificial pode aumentar suas chances de ganhos no trabalho — número bem acima da média global, de 49%. Ainda segundo o estudo, áreas como ciências, medicina, agricultura e segurança cibernética são vistas como grandes beneficiadas pela IA. E 64% da população avalia que os benefícios da tecnologia superam os riscos.
Na educação, esse impacto também é sentido no dia a dia. O levantamento apontou que 74% dos brasileiros já utilizam a inteligência artificial como apoio aos estudos. É uma ferramenta poderosa, mas que exige responsabilidade. O papel da escola é fundamental: formar estudantes capazes de ir além do uso técnico, desenvolvendo consciência crítica, ética digital e autonomia intelectual.
Não se trata apenas de ensinar como usar a IA, mas de refletir sobre os impactos sociais, econômicos e culturais dessa tecnologia. É assim que contribuímos para formar cidadãos preparados para um futuro cada vez mais moldado pela inteligência artificial.
O que a educação brasileira pode aprender com esse dado?
Estar entre os maiores usuários de inteligência artificial do mundo é, sim, uma oportunidade. Revela uma sociedade curiosa, aberta à experimentação e otimista quanto às possibilidades da tecnologia. Mas esse dado também é um alerta. Mostra que precisamos investir com urgência em políticas educacionais que incluam todos — e que preparem os jovens para muito mais do que consumir tecnologia: para transformá-la.
A inteligência artificial já faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros, mas seu impacto será determinado pela forma como ela será integrada às escolas, universidades e ao projeto de país que desejamos construir. O dado nos orgulha, mas nos cobra responsabilidade.

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* Joice Leite é Mestre em Educação, Currículo e Novas Tecnologias e diretora de Educação Digital do Colégio Visconde de Porto Seguro.

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