Policiais
Corpo de psicóloga que estava desaparecida é encontrado no Lago Paranoá. Vídeo

Reprodução/Redes sociais
Em boletim de ocorrência emitido após carro ser encontrado no Lago Paranoá, nome de Ivana Leda de Carvalho consta na condição de “vítima”
Equipes da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) encontraram o corpo da psicóloga Ivana Leda de Carvalho (foto em destaque), 50 anos, na tarde deste sábado (19/8), em um carro achado dentro do Lago Paranoá. Ela estava desaparecida desde terça-feira (15/8).
Informações do boletim de ocorrência do caso detalham que um banhista teria pisado na placa de um veículo ao entrar na água, na altura do Setor de Mansões do Lago Norte (SMLN). No mesmo documento, o nome de Ivana consta na condição de “vítima”.
Acionada para o local, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) levantou as informações associadas à placa do veículo e confirmou se tratar do automóvel de Ivana, um Chevrolet Onix laranja. O carro foi retirado da água por volta das 17h.
Veja imagens:
Polícia Civil fez perícia no local onde veículo foi encontrado Reprodução/Redes sociais

Banhista informou à polícia que pisou em placa de carro ao entrar na água Imagem cedida ao Metrópoles
Dentro do carro, os policiais encontraram o corpo de uma pessoa do sexo feminino. O cadáver foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), para passar pelos exames cadavérico e de identificação.
O delegado-adjunto da 9ª DP, Roney Teixeira, afirmou ao Metrópoles que, no local, a polícia não detectou sinais externos de violência no corpo da vítima.
“Também verificamos que ela não teve a conta [bancária] violada nem itens pessoais roubados. Agora, temos de aguardar o resultado da perícia, que vai confirmar a causa da morte e decretar o que, de fato, aconteceu”, comentou o investigador.
Ivana Leda de Carvalho, 50 anos Reprodução/Redes sociais

Parentes de Ivana procuravam a psicóloga desde terça-feira (15/8) Arquivo Pessoal/ Metrópoles
O carro de Ivana havia sido visto pela última vez na altura da DF-005, na região do SMLN. A psicóloga era considerada desaparecida desde as 23h da última terça-feira (15/8), quando saiu da residência de uma amiga, no Lago Norte.
Ivana morava na Asa Sul e avisou que voltaria para casa após a visita à amiga, pois estaria cansada. Sem receber mais novidades, a família registrou boletim de ocorrência na 9ª DP, que conduziu as investigações.
Irmã da psicóloga, Suzana Leda contou ao Metrópoles que as últimas informações recebidas pela família davam conta de que câmeras de monitoramento registraram o carro de Ivana próximo à Barragem do Paranoá, na pista de sentido contrário ao da casa dela.

Policiais
“Redes de ódio” se espalham entre crianças e adolescentes

Uma grande rede articulada que incitava crimes contra crianças foi desarticulada na manhã desta terça-feira (15/4) em operação da Polícia Civil do RJ – (crédito: FREEPIK)
Especialistas apontam caminhos a fim de conter a violência on-line infantojuvenil. Soluções exigem trabalho multidisciplinar
Desafios mortais, aliciamento de menores, grupos de ódio e violência extrema. Crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes se intensificam no Brasil, com dinâmicas que ocorrem em tempo real e se espalham por plataformas pouco monitoradas. Diante da lentidão do poder público em estruturar legislações e canais eficazes de denúncia, especialistas apontam medidas práticas que podem — e devem — ser adotadas por famílias, escolas e sociedade civil.
As soluções passam por envolvimento ativo dos pais, programas educacionais dentro das escolas, maior vigilância emocional e afetiva sobre os jovens, além do fortalecimento das políticas de responsabilidade das plataformas digitais. O cenário é urgente, e os especialistas são categóricos: o enfrentamento à violência virtual precisa ser coletivo, multidisciplinar e imediato.
Ela defende que as big techs devem ser responsabilizadas judicialmente, especialmente porque existem dados que evidenciam riscos para o público mais novo. “Essas plataformas são prestadoras de serviço. Aplica-se a elas o Código de Defesa do Consumidor. Portanto, não dá para dizer que elas não têm nenhuma responsabilidade. Temos também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que impõe a todos um dever de cuidado em nome do que chamamos de princípio do melhor interesse da criança”, diz.
Frazão explica que as plataformas querem se isentar da responsabilidade, baseados “a partir de uma interpretação equivocada do artigo 19 do Marco Civil da Internet”, que exige ordem judicial prévia e específica de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedores, websites e gestores de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros.
Na mesma linha, a advogada Giovanna Pieralli, especialista em proteção de dados, destaca a importância da mediação em casa e na escola. “A família como educador primário é essencial. Crianças e adolescentes aprendem muito por repetição e por visualização. Esse modelo de uso saudável da tecnologia tem que vir do núcleo familiar”, aponta.
Giovanna Pieralli defende o papel educativo das escolas. “É preciso promover campanhas educacionais, trazer especialistas para palestras, fomentar um ambiente seguro de escuta e oferecer canais de denúncia dentro do ambiente escolar. Educação e conscientização são medidas indispensáveis”, diz.
Segundo a pesquisadora Michelle Prado, fundadora da ONG Stop Hate Brasil, o país falha em não realizar campanhas nacionais e não emitir alertas públicos antecipados sobre tendências perigosas. Ela elaborou dezenas de relatórios, que são públicos, ressaltando a preocupação com o tema. “O desafio do desodorante, que vitimou uma menina em Brasília, circula há mais de um ano. Eu alertei diversos ministérios. O FBI emitiu comunicado sobre isso. O Brasil, não”, denuncia.
Ela critica a ideia de que apenas uma regulamentação seria suficiente. “Só a regulamentação não é bala de prata. É preciso um conjunto de ações, que vão desde inteligência, segurança pública, educação, plataformas. É uma abordagem que precisa ser tratada como política de saúde pública”, argumenta.
Diálogo e atenção
A psicóloga Carol Freitas reforça a importância da participação ativa da família, não apenas no cotidiano escolar, mas também nas experiências digitais das crianças e adolescentes. “É importante que os pais estejam presentes na vida on-line dos filhos, participem das vivências, perguntem, criem vínculos de confiança e incentivem o senso crítico. É preciso ser próximo, conversar, brincar, fazer o papel de pai e mãe, literalmente falando. Assim, a criança poderá reconhecer quando algo está fora do normal e alertar os responsáveis”, orienta.
A especialista alerta para sinais comportamentais que podem indicar situações de risco como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, ansiedade, interesse excessivo em jogos digitais, desafios on-line ou redes sociais. “Tudo isso é sinal de alerta. Além disso, também tem a questão de sentir um medo excessivo ou um comportamento agressivo, também é um sinal de alerta de que há alguma coisa errada. Os pais e professores precisam estar atentos e alinhados”, aponta.
A pesquisadora Lia Beatriz Torraca, pós-doutoranda no Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destaca a centralidade das relações afetivas no ambiente digital. Segundo ela, o enfrentamento passa pela construção de vínculos reais. Ela destaca o controle do uso de celular nas escolas como um avanço importante.
“A proibição do uso de celulares em sala de aula, por exemplo, ajuda as famílias no controle, pois é um primeiro passo para impor limites. Mas é preciso mais. Precisamos tirar os jovens do quarto, do isolamento, e reinseri-los no mundo afetivo. Falta aproximação, cuidado e presença real”, afirma.
Projeto Sinais
O Núcleo de Prevenção à Violência Extrema contra Crianças e Adolescentes, vinculado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), nasceu de um caso concreto e da constatação de que a atuação analógica é a mais eficaz para prevenir a radicalização juvenil. O procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, idealizador da iniciativa, conta que a ideia surgiu em 2023, a partir de um episódio registrado no município de Frederico Westphalen.
Embora o núcleo só tenha sido oficialmente criado em 2024, a atuação começou como projeto-piloto em agosto do ano anterior, com o nome provisório de “força-tarefa”. A ação se consolidou em resposta à necessidade urgente de monitoramento no mês de abril — considerado crítico entre as subculturas violentas por reunir datas emblemáticas de ataques, como os massacres de Columbine, Virginia Tech, Realengo e o aniversário do ditador nazista Adolf Hitler.
Desde então, o projeto ganhou dimensão estadual. Em 2023, o núcleo capacitou mais de mil profissionais, incluindo seguranças, diretores, professores e servidores da assistência social. Foram realizadas 158 ações, com o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão, sete internações psiquiátricas, seis internações de adolescentes e quatro prisões.
“Este ano já atuamos em mais de 60 eventos, cumprimos mais de oito mandados de busca e apreensão e ingressamos com duas medidas protetivas em prol de adolescentes”, informa o procurador.
Segundo Fábio Costa Pereira, apesar da crescente ameaça no ambiente virtual, o diferencial do programa tem sido justamente a aposta no contato direto com os adolescentes. “Talvez, o grande ganho do projeto é que a gente entendeu que o analógico hoje funciona muito, e até melhor que o universo digital. Nós preparamos as pessoas que têm relação de proximidade com os adolescentes para reconhecer os sinais que eles deixam no caminho da radicalização”, explica.
O procurador defende uma abordagem simples e integrada, enfatizando a importância de oferecer alternativas ao fascínio do universo digital. “Temos a tendência, diante de um problema, de buscar soluções complexas, quando, na verdade, precisamos de respostas simples e efetivas. Uma delas é justamente essa, no mundo analógico, preparar pessoas para reconhecer aquilo que está fora do lugar”, ressaltou. Atualmente, o projeto ampliou e todo o Ministério Público do Rio Grande do Sul está envolvido no combate à violência extrema.
-
Diversas2 dias ago
Domingo (25) tem Passeio Ciclístico no Park Way
-
Diversas3 dias ago
Alterações no trânsito da Ponte JK para obras de manutenção
-
Diversas4 dias ago
Segurança pública não é faxina social: aporofobia e o papel da GCM
-
Politica3 dias ago
Evento na Rodoviária alerta sobre prevenção ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescente